A primeira caneta injetável contra a obesidade produzida integralmente no Brasil, popularmente chamada de Ozempic brasileiro, começa a ser vendida nas farmácias de grandes redes a partir desta semana. Batizado de Olire, o novo medicamento foi desenvolvido pela farmacêutica brasileira EMS e chega como alternativa nacional aos famosos Ozempic, Saxenda e Mounjaro.
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Com liraglutida como princípio ativo, o produto age imitando o hormônio GLP-1, que promove saciedade e reduz o apetite. A substância também ajuda a controlar os níveis de glicose e já é usada em medicamentos importados, como Victoza e Saxenda.
Segundo a EMS, os preços do Olire partem de R$ 307,26 (embalagem com 1 caneta) e chegam a R$ 760,61 (com 3 canetas). A farmacêutica também lançou o Lirux, indicado para controle do diabetes tipo 2, com embalagem de 2 canetas por R$ 507,07.
Liraglutida e semaglutida: diferenças no uso das canetas
As canetas injetáveis disponíveis atualmente no mercado utilizam duas substâncias principais: liraglutida e semaglutida. Ambas são eficazes na redução de peso e no controle do diabetes tipo 2, mas têm diferenças importantes.
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A semaglutida (presente no Ozempic e Wegovy) é administrada uma vez por semana, enquanto a liraglutida (encontrada no Olire, Victoza e Saxenda) exige injeções diárias. Estudos clínicos indicam que ambas podem resultar em perda de peso de até 6% em 12 semanas, quando associadas a uma rotina com dieta equilibrada e acompanhamento médico.
A EMS reforça que o Olire não é um medicamento genérico. “Diferentemente de um genérico, a liraglutida da EMS foi aprovada pela Anvisa como um novo medicamento de ingrediente ativo já registrado no Brasil, pois é fruto de uma inovação tecnológica exclusiva no país”, informou a empresa em nota.
Mercado nacional de análogos de GLP-1 ganha novo impulso
A EMS investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de peptídeos em Hortolândia (SP), o que tornou possível a produção nacional do Olire e do Lirux. Com isso, a empresa se tornou a primeira fabricante 100% brasileira a ingressar no competitivo mercado de análogos do GLP-1.
As primeiras unidades dos medicamentos já estão nos centros de distribuição de grandes redes, como Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco. A venda acontece inicialmente no Sul e Sudeste, com expansão para todo o país nas próximas semanas.
A expectativa é disponibilizar 250 mil canetas até o fim de 2025 e alcançar 500 mil unidades até agosto de 2026.
Tratamento com caneta para obesidade deve se tornar mais acessível
Com a queda das patentes internacionais, o Brasil inicia um novo ciclo na produção de terapias injetáveis voltadas ao controle de peso e diabetes. Além da ampliação da oferta, o preço mais competitivo do Olire promete democratizar o acesso aos medicamentos, com valores até 20% menores do que os praticados pelas marcas importadas.
A EMS também planeja lançar sua versão da semaglutida em 2026, quando a patente do Ozempic deve expirar. O movimento sinaliza a tendência de crescimento do mercado de medicamentos voltados ao combate da obesidade, uma das principais questões de saúde pública no Brasil.
A chegada do Olire representa mais do que uma nova opção no mercado: é um avanço na autonomia farmacêutica nacional, com potencial de ampliar o tratamento para milhões de brasileiros que necessitam de soluções eficazes e acessíveis.