O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou nesta terça-feira (7) o valor de R$ 3 trilhões em impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros aos governos federal, estaduais e municipais desde o início de 2025.
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A marca foi alcançada 25 dias antes do que em 2024, quando o painel exibiu o mesmo montante apenas em 1º de novembro. O avanço revela um crescimento de 9,37% no ritmo da arrecadação em um ano — o que representa um novo recorde.
De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, o aumento é resultado de uma combinação de fatores econômicos e fiscais. “Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica”, afirmou. A inflação também teve papel importante, já que o sistema tributário brasileiro é fortemente baseado em tributos sobre o consumo, que sobem conforme os preços aumentam.
Além desses fatores, contribuíram para o aumento da arrecadação medidas como:
- Tributação de fundos exclusivos e offshores;
- Mudanças nas regras de subvenções estaduais;
- Retomada da tributação sobre combustíveis;
- Cobrança de impostos sobre apostas online (bets);
- Taxação de encomendas internacionais (“taxa das blusinhas”);
- Reoneração gradual da folha de pagamentos;
- Fim dos incentivos fiscais do PERSE (setor de eventos);
- Aumento de alíquotas do ICMS;
- Elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Gastos públicos superam arrecadação
Enquanto o Impostômetro mostra R$ 3 trilhões arrecadados, o Gasto Brasil, ferramenta que estima as despesas dos governos, já soma R$ 3,98 trilhões — quase R$ 1 trilhão a mais que o valor arrecadado.
Para Gamboa, o desequilíbrio preocupa. “O Brasil está operando no vermelho mesmo antes de pagar os juros da dívida. Isso compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona por ajustes estruturais nas contas públicas”, alerta.
Até as 9h30 desta quarta-feira (8), o painel seguia marcando cerca de R$ 3,01 trilhões. O número reforça o peso da carga tributária no país, já que, segundo o levantamento da ACSP, o brasileiro trabalhou de 1º de janeiro a 29 de maio apenas para pagar impostos.