O policial militar acusado de atropelar e matar um idoso no início deste ano, em Tangará (SC), será julgado pelo Tribunal do Júri. A decisão de pronúncia foi emitida na segunda-feira (20) pelo juiz Flavio Luis Dell’Antonio, que acatou integralmente a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
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De acordo com o magistrado, o caso caracteriza crime doloso contra a vida, já que existem provas materiais e fortes indícios de autoria. Essas evidências foram confirmadas por testemunhos, laudos periciais e imagens captadas por câmeras de segurança.
O MPSC denunciou o policial pelos crimes de homicídio qualificado, omissão de socorro e condução de veículo sob efeito de álcool ou substâncias psicoativas.
O atropelamento ocorreu na madrugada de 27 de janeiro, quando Antônio Martins, de 70 anos, atravessava a faixa elevada de pedestres na Rua Francisco Nardi, próximo à antiga rodoviária. Um Renault Duster atingiu o idoso, arremessando-o a 26,4 metros de distância. Apesar do rápido atendimento dos bombeiros, a vítima não resistiu aos ferimentos.
As imagens de videomonitoramento revelam que o policial não reduziu a velocidade ao se aproximar da faixa e freou por menos de um segundo antes da colisão. Após o impacto, ele fugiu do local, retornando apenas sete minutos depois.
As gravações mostram o acusado puxando o idoso pelo braço, de forma brusca e sem prestar o devido socorro. Uma testemunha acionou os bombeiros, já que o militar não pediu ajuda.
Conforme relato policial, o acusado chorava e demonstrava preocupação, porém se recusou a realizar o teste do bafômetro. Ele apresentava sinais claros de embriaguez, como olhos avermelhados e fala arrastada.
Antes do atropelamento o policial foi visto em bar
As investigações também apontaram que, antes do atropelamento, o policial esteve em um bar e realizou uma breve saída até a entrada da cidade.
Nesse intervalo, outro veículo, pertencente a um homem posteriormente preso por tráfico de drogas, também entrou em Tangará.
Segundo o inquérito, o militar teria transferido R$ 100 para o suspeito, sugerindo uma possível negociação ligada a entorpecentes.
O policial está preso desde 14 de fevereiro, e a Justiça negou o pedido para responder em liberdade. A data do julgamento ainda será definida pelo Tribunal do Júri.