O atropelamento de um puma, segundo maior felino das Américas, ocorreu na rodovia SC-390, entre as cidades de Tubarão e Pedras Grandes, na noite do último domingo (16). O animal foi encaminhado ao CEPTAS (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Silvestres) da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), em Tubarão.
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A ocorrência foi atendida pela Polícia Militar Ambiental de Laguna. Segundo o CEPTAS, apesar da rapidez do atendimento, ao chegar no centro de pesquisas, a equipe confirmou que o felino já havia morrido em decorrência do impacto do acidente.
O puma, também conhecido como leão-baio ou onça-parda, é um predador de topo de cadeia, fundamental para o equilíbrio das espécies e manutenção da saúde dos ambientes naturais.
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O biólogo do centro de pesquisas da Unisul, Rodrigo Ávila Mendonça, destacou que a perda de cada indivíduo causa impacto direto na biodiversidade e no funcionamento do ecossistema.
“Que esse caso sirva de alerta sobre a importância de dirigirmos com atenção, especialmente em áreas de preservação e em horários de maior atividade da fauna. E que possamos refletir sobre o valor de cada vida silvestre. Hoje, infelizmente, a natureza perdeu – e perdeu muito”, alertou o biólogo.

Nas redes sociais, o biólogo e professor Vitor Bastos também se manifestou sobre o ocorrido. De acordo com o especialista, este foi o primeiro caso de atropelamento envolvendo um puma nessa área do Estado.
“O animal utilizava um dos últimos grandes blocos de Mata Atlântica do Sul de Santa Catarina, uma área contínua que ultrapassa 2 mil hectares e que conecta trechos entre São Ludgero, Tubarão, Gravatal, Urussanga, Cocal do Sul e Morro da Fumaça”, explicou.
Puma pode ser o mesmo visto em quintal de família em Cocal do Sul
Em agosto de 2025, um leão-baio foi encontrado no quintal de uma família em Cocal do Sul. Na época, a aparição surpreendeu especialistas por ocorrer em uma área urbana sem registros anteriores da espécie.
Bastos relembrou o episódio e afirmou que é muito provável que o animal atropelado na SC-390 seja o mesmo visto na residência catarinense.
“A perda desse indivíduo é inestimável. Estamos falando do maior mamífero silvestre ainda existente no Sul de SC, uma espécie que já sofre com a destruição do habitat, caça e isolamento populacional. Enquanto isso, animais emblemáticos como a onça-pintada e a anta desapareceram da nossa região há décadas”, ressaltou o biólogo.








