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Chuva volumosa pode causar enchente no Meio-Oeste catarinense

Santa Catarina e Paraná devem experimentar efeitos do El Niño como enfrentados pelo Rio Grande do Sul em setembro

Fonte:
MetSul

Chuva excessiva a extrema atingirá parte do Sul do Brasil nos próximos dias e em parte da próxima semana com volumes excessivamente altos que devem levar a alagamentos em áreas urbanas e rurais, inundações repentinas, cheias de rios, enchentes e ainda quedas de barreiras e deslizamentos de terra. Essa previsão coloca também a região em alerta, visto que a chuva volumosa pode causar enchente no Meio-Oeste catarinense

Santa Catarina e o Paraná devem começar a sentir os efeitos do fenômeno El Niño de 2023, até agora mais restritos no Sul do Brasil ao Rio Grande do Sul, que experimentou um setembro excepcionalmente chuvoso com recordes de precipitação e volumes em diversas cidades entre 500 mm e 700 mm em apenas trinta dias.

Os dois estados, assim como se viu no território gaúcho em setembro, devem ter agora um outubro de precipitação extrema e muitíssimo acima do normal para os padrões da climatologia histórica do mês. A princípio, a chuva neste outubro em várias cidades catarinenses e paranaenses deve ficar várias vezes acima da média histórica mensal.

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No entanto, a chuva não vai cair de uma vez só. Assim como como se viu no Rio Grande do Sul no setembro recém terminado, o que se espera é uma sequência de episódios de chuva excessiva a extrema que levará a uma elevação cada vez maior dos rios, enchentes e inundações de áreas urbanas e rurais em várias cidades.

Serão, assim, vários dias de precipitação volumosa e alguns com acumulados de chuva muito altos em apenas 24 horas, o que contribuirá para volumes extremos na soma de vários dias seguidos muito chuvosos tanto em Santa Catarina como no Paraná nestes episódios seguidos de precipitação extrema.

O mapa abaixo mostra a projeção de chuva para os próximos sete dias do modelo meteorológico Icon, do serviço de Meteorologia da Alemanha (Deutscher Wetterdienst). Observa-se a tendência de acumulados significativamente altos a extremos em diversas áreas de Santa Catarina e Paraná.

Conforme a projeção do modelo Icon, que é corroborada por outros modelos de prognóstico que são utilizados pela MetSul Meteorologia, os volumes vão superar nos próximos sete dias os 100 mm em quase todas as cidades catarinenses e paranaenses, mas com acumulados de 200 mm a 300 mm em diversos municípios, isoladamente até superiores a 300 mm.

A instabilidade que atingirá com força Santa Catarina e o Paraná nestes primeiros dez dias de outubro alcançará também o Rio Grande do Sul, mas os volumes tendem a ser menores. Além disso, metade Norte gaúcha receberá mais chuva com volumes muito altos em áreas mais ao Norte e próximas da divisa com Santa Catarina, como no Médio e Alto Uruguai e ainda em municípios do Norte dos Campos de Cima da Serra.

Chuva excessiva em dois momentos

A chuva terá os maiores volumes em dois momentos nestes primeiros dez dias do mês de outubro no Sul do Brasil. O primeiro agora na metade da semana, quando uma área de baixa pressão avança do Nordeste da Argentina para a região e se organiza uma frente fria. Já chove com temporais na terça-feira em várias regiões gaúchas e a instabilidade aumenta muito na quarta-feira nos três estados do Sul.

O segundo momento de chuva muito volumosa em diversas cidades de Santa Catarina e do Paraná deve se dar na sexta-feira e no próximo fim de semana. Novas e fortes áreas de instabilidade se formam sobre os dois estados na sexta e a todo momento no fim de semana surgirão nuvens carregadas despejando muita chuva.

Chuva em Santa Catarina

 A chuva volumosa e excessiva nos próximos dias será generalizada em Santa Catarina e deve afetar grande parte do território catarinense. Logo, acumulados muito altos de chuva podem se dar numa faixa que vai do Oeste catarinense, passando pelo Meio-Oeste, até as áreas mais populosas do Leste do estado como o Sul catarinense, a Grande Florianópolis, bem como o Vale do Itajaí.

Projeção de chuva acumulada no estado de Santa Catarina do modelo determinístico do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) nos próximos dez dias | METSUL

Como os volumes de chuva devem ser muito altos em grande parte do estado de Santa Catarina, vários rios devem se elevar muito e podem apresentar cheias. Algumas das bacias que mais exigirão atenção incluem a do Itajaí-Açu e a do Rio do Peixe. O Tubarão, no Sul, embora deva ser atentamente monitorado, não terá chuva tão extrema como nos episódios de chuva orográfica.

Chuva no Paraná

Tal como em Santa Catarina, a chuva no Paraná pode ser excessiva a extrema em um grande número de localidades. Grande parte do estado deve ter acumulados excessivos nos próximos dez dias com marcas de 100 mm a 200 mm, volumes de 200 mm a 300 mm em diversos pontos e até superiores a 300 mm, isoladamente.

Projeção de chuva acumulada no estado do Paraná do modelo determinístico do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF) nos próximos dez dias | METSUL

 A chuva pode ser muito volumosa, por exemplo, no Oeste, Sudoeste do Paraná, no Planalto de Palmas até o Centro do estado, no Norte paranaense perto de São Paulo e mesmo em pontos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Na capital, embora já chova forte de quarta para quinta, os maiores volumes virão no fim de semana, mas serão menores que em cidades do interior.

Antecipa-se uma cheia do Rio Iguaçu. Os volumes devem ser muito altos em toda a extensão da bacia, de Leste a Oeste do Paraná, o que pode trazer enchentes em cidades ribeirinhas e deve levar mais tarde neste mês a uma espetacular vazão nas cataratas, em Foz do Iguaçu.

Chuva oferece alto risco

É inevitável ante o cenário de chuva projetado pelos modelos numéricos que haja transtornos e perigo à população. O principal inclui cheias de rios e, consequentemente, enchentes. Com acumulados de 200 mm a 300 mm em poucos dias, e até superiores, o risco é grande de enchentes em algumas áreas. É crítico ainda o risco de transbordamento de córregos e arroios por conta dos volumes altos somados de vários dias e episódios de chuva forte.

 A sucessão de dias de chuva volumosa e os acumulados extremos projetados pelos modelos farão o risco de deslizamentos crítico. O Nordeste catarinense, principalmente, terá maior risco de escorregamentos de encostas pelo relevo da região. São esperadas quedas de barreiras e é alta a probabilidade que o tráfego venha a ser afetado em diversas estradas municipais, estaduais e federais com bloqueios parciais ou totais, seja por água acumulada ou deslizamentos.

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