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Vacinação da HPV em SC fica longe da meta

Os índices são baixos quando se fala no público masculino, que também deve ser imunizado.

Fonte:
NSC total

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014, a vacina contra o HPV ainda enfrenta desafios para atingir as metas de vacinação no Brasil. Vacinação da HPV em SC fica longe da meta.

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Em Santa Catarina os números continuam abaixo da meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de vacinar 90% das meninas abaixo dos 15 anos. Os índices são ainda mais baixos quando se fala no público masculino, que também deve ser imunizado.

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De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), 63,6% das meninas entre 9 e 14 anos foram vacinadas com as duas doses do imunizante em Santa Catarina. Entre os meninos da mesma faixa etária, foram vacinados com as duas doses 40,31% da população catarinense.

Considerando o esquema completo, com as duas doses, os números ficam abaixo da média nacional, tanto no caso das meninas quanto dos meninos.

Em todo o país, 75,61% das meninas receberam a primeira dose, e 58,19% receberam as duas doses. No caso dos meninos, 52,86% receberam a primeira dose, e 33,12% a segunda.

O vírus da HPV

O Papilomavírus Humano (HPV) é um vírus de fácil disseminação, que se instala na pele e mucosas de homens e mulheres. De acordo com o Ministério da Saúde, o HPV é a mais frequente Infecção Sexualmente Transmissível (IST), e a maioria das pessoas deve ser infectada por pelo menos um dos tipos de HPV ao longo da vida.

A vacinação contra o HPV deve ocorrer, preferencialmente, na faixa etária de 9 a 14 anos. Essa faixa de idade é preferível para que o imunizante seja aplicado antes do primeiro contato com o vírus. É o que explica a infectologista Carolina Cipriani Ponzi.

— A transmissão do HPV é predominantemente sexual. Então, é desejável que se esteja protegido contra o vírus antes do início da atividade sexual. Há alguns estudos epidemiológicos que indicam que a idade média de inicio da atividade sexual no Brasil é por volta dos 14 anos — comenta.

Contudo, a vacina pode ser administrada em pessoas com até 45 anos. Ela também é ofertada na rede privada.

— Ainda que crianças e adolescentes tenham uma resposta imune mais robusta quando recebem a vacina, os adultos também respondem bem e devem ser imunizados. É importante também entender que a infecção pelo HPV em si não produz uma resposta imune adequada, e que a pessoa adulta pode se reinfectar. Por isso também que a vacina nesta população é importante — destaca a médica.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, atualmente a vacinação é indicada para meninos e meninas com idade entre 9 e 14 anos, no esquema de duas doses, e também para grupos com condições clínicas especiais e vítimas de violência sexual.

Esses grupos incluem pessoas com idade entre 9 e 45 anos que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos. Para esses grupos, o esquema é de três doses, com intervalo de dois e seis meses, independentemente da idade.

1 em cada 10 mulheres está com HPV

Estimativas apontam que uma a cada dez mulheres no mundo esteja com o vírus do HPV no momento. A infecção, contudo, é transitória, e não dura a vida inteira, explica a ginecologista Bianca Hillmann. Ela detalha que a maioria das mulheres vai entrar em contato com o vírus, que é bastante contagioso, em algum momento da vida.

Entre os possíveis resultados dessa infecção estão as verrugas genitais, dependendo do tipo de vírus, e as lesões neoplásicas, ou seja, os cânceres, sendo o de colo de útero o mais comum. Porém, o HPV também está associado a câncer de ânus, pênis, laringe, vulva, vagina e orofaringe.

Atualmente, há dois tipos de vacinas disponíveis: quadrivalente, contra quatro tipos de HPV; e a nona valente, que protege contra nove tipos de HPV. Os imunizantes oferecem proteção aos tipos mais comuns e agressivos do vírus.

— A vacinação diminui a chance de o vírus causar algum tipo de lesão pré-neoplásica ou neoplásica. A vacina quadrivalente, que está disponível no SUS, tem 70% de prevenção de câncer de colo de útero e a nona valente tem 90% de proteção. Ambas vão proteger também contra esses outros tipos de câncer e vão proteger contra verrugas genitais — destaca a ginecologista.

Um dos desafios da imunização do HPV é completar o esquema vacinal, já que a vacinação ocorre em duas ou três doses, dependendo do grupo. A ginecologista Bianca reforça que somente uma dose da vacina não garante a proteção esperada, e que mesmo que a pessoa demore para retornar, é importante realizar todo o esquema.

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— O que muitas pessoas não sabem é que esse intervalo de agora, daqui dois e daqui seis meses, esse é o intervalo mínimo entre as doses. Então não tem problema se a primeira dose foi feita um ano atrás, não tem problema ir agora tomar a segunda dose. Não vai precisar refazer o esquema todo. Ele é o intervalo mínimo, mas não existe o intervalo máximo. Então mesmo que demore para fazer, é importante ir tomar as últimas doses da vacina — reforça Bianca.

Ações contra o HPV em SC

Em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde informou que atua no combate ao HPV por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica. De acordo com a Dive, são sugeridas ações que consideram a realidade de cada local para ampliar o acesso à vacinação, não só do HPV, mas de todos os imunizantes inclusos no Calendário de Vacinação. Entre as ações, estão:

• Verificação dos cartões de vacinação e/ou realização da vacinação nas escolas, com aviso prévio aos pais e/ou responsáveis e organização conjunta com a escola;
• Levantamento e análise das taxas de cobertura vacinal de cada escola e região, identificando lacunas e grupos prioritários;
• Desenvolvimento de estratégias de comunicação e mobilização social adaptadas às características de cada comunidade escolar, incluindo campanhas educativas, palestras e materiais informativos;
• Realização de atividades educativas sobre prevenção de doenças imunopreveníveis, incluindo palestras, workshops e atividades lúdicas para os estudantes;
• Capacitação de profissionais de saúde e educação para atuarem como multiplicadores de informações sobre a importância da imunização e os benefícios das vacinas;
• Integração de ações de imunização com outras iniciativas do Programa Saúde na Escola da Atenção Primária à Saúde, como avaliação nutricional, promoção da atividade física e cuidados com a saúde mental, para uma abordagem holística da saúde escolar;
• Monitoramento constante das ações implementadas, com avaliação periódica das taxas de cobertura vacinal e identificação de possíveis ajustes ou melhorias necessárias no planejamento.

Por que vacinar meninos?

Inicialmente, a vacina era oferecida pelo SUS somente para meninas. Foi a partir de 2017 que os meninos também entraram no público alvo do imunizante, que faz parte do Plano Nacional de Imunizações (PNI) desde 2014.

A ginecologista Bianca Hillmann explica que a imunização desse público é importante porque eles são os principais transmissores do HPV.

— É muito mais fácil passar do homem para a mulher do que da mulher para a mulher, ou da mulher para o homem. Então, é importante vacinar os homens para que eles não passem o vírus para as mulheres — afirma Bianca.

Além disso, o vírus também pode se manifestar nos homens através de verrugas genitais, além de alguns tipos de câncer como de pênis, ânus, laringe, orofaringe e cavidade oral.

Desinformação e preconceito são desafios para vacinação

Por combater um vírus que é transmitido sexualmente e ter como público alvo crianças e adolescente, a campanha de imunização contra o HPV encontra, entre os desafios, o preconceito e informações equivocadas, disseminadas entre pais e familiares.

Entre as alegações contrárias à vacinação estão a de que a vacinação contra o HPV estaria, de alguma forma, “estimulando” o início precoce da vida sexual. A médica ginecologista reforça, todavia, que não há nenhum estudo que mostre que a aplicação da vacina irá fazer com que a criança inicie a vida sexual mais cedo.

— Isso não faz sentido, até porque, por exemplo, sempre se deu vacina de hepatite B para crianças antes de um ano de idade e também é uma doença sexualmente transmissível. Então o fato de estar vacinando não vai fazer com que a criança tenha uma vida sexual mais precoce — afirma a médica.

Outras informações falsas que circularam no início da vacinação foram de que a vacina poderia causar lesões nas crianças, ou algum tipo de má-formação. Esse risco não existe, segundo a médica, já que o imunizante não é feito com o vírus, e sim com partículas semelhantes a ele.

— Ela não tem o vírus, como por exemplo a vacina da rubéola, que tem o vírus da rubéola. Então não tem como ela causar uma infecção por HPV. É uma vacina muito segura, então não existe essa preocupação — esclarece.

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