Em seu relatório de acompanhamento de safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) diz que Brasil tem arroz suficiente para o mercado interno, mesmo apesar das enchentes no Rio Grande do Sul.
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Na última quinta-feira (13), a autarquia divulgou que a colheita, já finalizada em fevereiro e março, ficou em 10,4 milhões de toneladas, uma leve redução de 0,9% em relação ao último levantamento (10,5 milhões de toneladas), mas 3,6% superior ao disponível em 2022/23.
“De maneira geral, houve aumento na área plantada em comparação ao total semeado na temporada anterior, algo motivado à época da semeadura pela expectativa de bons preços praticados no mercado do cereal. Porém, o rendimento médio deverá ficar comprometido por conta dos danos às lavouras sul-riograndenses”, disse a Conab, em nota. O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional.
O fato é que, no ano passado, o governo da Índia decidiu barrar as exportações de arroz e isso elevou os preços no mercado internacional. No Brasil, o cereal também bateu recorde e ultrapassou os R$ 127 a saca em janeiro. Isso incentivou os produtores a plantarem.
Segundo Alexandre Velho, presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), quando as chuvas chegaram ao Estado faltava 17% das lavouras para colher. “O problema é que a área mais atrasada está na região central do Estado, que foi a que mais sofreu com as chuvas”, disse.
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Ainda assim, a produtividade média deve cair apenas 2,2%, para 7.865 quilos por hectare. Esse “apenas” deve-se a uma base de comparação elevada.
Em 2022/23, a média, de 8.039 quilos por hectare, foi a segunda maior da história, superada apenas pela temporada 2020/21, segundo o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), que possui registros desde 1922.
Apesar de todos esses números serem oficiais, o governo federal mantém a intenção de fazer um leilão para importar arroz, alegando que a decisão irá reduzir os preços no mercado interno.
Na quarta-feira (12), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que, em até dez dias, o governo já deve ter um edital elaborado, que irá substituir o certame que foi anulado após uma série de polêmicas.