O número de transações realizadas por meio do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central em 2020, registrou uma queda significativa entre os dias 4 e 10 de janeiro de 2025. De acordo com dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do BC, o volume de transações somou 1,250 bilhão, uma redução de 10,9% em relação ao mesmo período de dezembro de 2024. Esse recuo é o maior já registrado desde o lançamento do Pix.
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Historicamente, as primeiras semanas de janeiro costumam apresentar uma redução no número de transações, devido ao impacto do 13º salário e compras de Natal.
No entanto, em 2025, a queda foi mais acentuada, superando o recuo registrado no mesmo intervalo de janeiro de 2022, que foi de 7,5%.
A diferença se destaca, pois a quantidade de transações no início do ano costuma se manter alta, especialmente por incluir o período de pagamento de salários.
O levantamento realizado pelo GLOBO, com base nos dados do BC, aponta que, além da queda em relação a dezembro, o número de transações de janeiro de 2025 também ficou abaixo do registrado nos meses de novembro, outubro e setembro de 2024, algo atípico para o sistema.
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O Pix, desde seu lançamento, tem apresentado um crescimento contínuo, se tornando o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, superando até o cartão de débito e o dinheiro em espécie.
Causas possíveis e repercussões da fiscalização da Receita Federal
A queda nas transações coincide com o aumento da repercussão da fiscalização da Receita Federal sobre movimentações financeiras.
Desde a introdução de novas normas de controle, há um clima de insegurança entre consumidores e empresas, especialmente entre autônomos e pequenos negócios.
A Receita Federal nega que o objetivo da fiscalização seja atingir pequenos empresários, mas a desconfiança persiste entre a população.
Os dados de janeiro vêm após um período em que o Pix teve uma média de 6 bilhões de transações mensais, com um volume financeiro superior a R$ 2,5 trilhões.
A expectativa de uma recuperação das transações no decorrer de 2025 é grande, especialmente considerando que o Pix é uma ferramenta fundamental no dia a dia financeiro dos brasileiros.
Sazonalidade e impactos na economia
Além do impacto da fiscalização, o recuo pode ser atribuído a uma combinação de fatores sazonais, como a chegada do início do ano, que tradicionalmente apresenta menor movimentação financeira.
O cenário gerado pela diminuição de transações pode, no entanto, indicar um período de transição, com novas medidas e ajustes no comportamento dos consumidores.
O sistema de pagamentos instantâneos continua sendo um dos maiores sucessos do Brasil nos últimos anos, mas as mudanças no comportamento da população e as ações do governo geram reflexões sobre seu impacto na economia.
O BC continua monitorando o cenário e ajustando as estratégias para manter a eficiência do sistema.
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