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Atenção especial com a Vespa-da-Madeira em plantações de pinus

CIDASC destaca importância do manejo e oferece suporte técnico com produto biológico

Fonte:
Ascom/Cidasc.

Com a chegada da época propícia para a proliferação da praga, a Cidasc pede uma atenção especial com a Vespa-da-Madeira em plantações de pinus.

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A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) reforça seu compromisso com os produtores florestais no combate à Vespa-da-Madeira, uma praga de origem euroasiática que ameaça as plantações de pinus no Estado.

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A Companhia alerta para a importância do manejo adequado, oferecendo suporte técnico e disponibilizando um produto biológico especialmente desenvolvido para este fim.

O engenheiro-agrônomo da Cidasc, Paulo de Borba, destaca as ações do Programa Estadual de Monitoramento da Vespa-da-Madeira, que inclui inspeções de campo e o uso de imagens aéreas obtidas por drones.

Além disso, o programa oferece orientações aos produtores sobre técnicas de manejo, como o desbaste, visando reduzir a competição entre as árvores, evitar o estresse das plantas e eliminar aquelas que foram atacadas.

Os produtores interessados em receber as doses de nematóides, um dos principais agentes de controle biológico da Vespa-da-Madeira, podem entrar em contato com o Departamento Regional da Cidasc em Lages. A distribuição das doses ocorre entre os meses de abril e setembro, período crítico para o controle da praga.

“A Vespa-da-Madeira representa uma ameaça significativa para as plantações de pinus em Santa Catarina. Estamos empenhados em fornecer todo o suporte necessário aos produtores para mitigar os danos causados por essa praga e garantir a sustentabilidade da atividade madeireira em nosso Estado”, afirma Paulo de Borba.

Programa de controle da vespa-da-madeira (Sirex noctilio)

As plantações de Pinus spp. representam um importante recurso socioeconômico, potencial e atual para o Brasil, e em especial para o Estado de Santa Catarina, devido a sua expressiva participação na cadeia produtiva da madeira.

Uma importante praga do pinus é a vespa-da-madeira, Sirex noctilio Fabricius, 1793 (Hymenoptera, Siricidae), considerada secundária em sua região de origem (Europa, Ásia e Norte da África). Entretanto, nos países em que foi introduzida e se estabeleceu, como na Nova Zelândia (1900), Austrália (1951), Uruguai (1980), Argentina (1985), Brasil (1988), África do Sul (1994) e Chile (2000), tornou-se uma praga primária, causando perdas significativas nos recursos florestais.

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A primeira detecção da vespa-da-madeira em plantações de Pinus spp. no Brasil, ocorreu no Estado do Rio Grande do Sul, em fevereiro de 1988 (IEDE et al., 1988) colocando em risco o patrimônio florestal da região, devido aos danos que essa praga poderia provocar. Na região sudeste, seu primeiro registro foi feito em 2004, em São Paulo, e em 2005 em Minas Gerais (IEDE & ZANETTI, 2007).

Em Santa Catarina, a vespa-da-madeira foi observada em 1989, na região do Planalto Serrano e nos anos seguintes, avançou para as demais regiões do Estado.

Devido a ameaça que essa praga representa para as florestas brasileiras, foi criado em 1989 o Fundo Nacional de Controle à vespa-da-madeira (Funcema), o qual tem objetivo de garantir suporte financeiro ao Programa Nacional de Controle à Vespa-da-Madeira (PNCVM). O Funcema é composto por instituições públicas, como a Embrapa e instituições privadas como as indústrias e as associações de produtores florestais.

Para retardar a dispersão de S. noctilio e manter a população dessa praga abaixo do nível de dano econômico, foi necessária a adoção de medidas de monitoramento e controle eficazes e contínuos, como aquelas utilizadas pelo Programa Nacional de Controle à Vespa-da-Madeira, que conseguiu reduzir as perdas provocadas pela vespa, em mais de 70%.

Entre as medidas adotadas se destaca a adoção do desbaste, o qual é a derrubada de árvores, em povoamentos imaturos, para acelerar o incremento em diâmetro e aumentar a média das árvores remanescentes. 

Uma das alternativas silviculturais mais importantes para Pinus spp., têm sido os desbastes, pois influenciam o crescimento e a produção por meio do tamanho, vigor e qualidade das árvores e na regulação da densidade.

Com o caráter oportunista da vespa-da-madeira, o uso de práticas silviculturais adequadas para manutenção da sanidade e do vigor dos plantios, é fundamental na prevenção de ataques severos. Na presença da praga, a principal recomendação é a realização de desbastes de forma oportuna, a fim de evitar perdas de importância econômica.

Como medida efetiva, o controle biológico clássico, dentro das estratégias de Manejo Integrado de Pragas (MIP) para o controle de espécies introduzidas, é o método mais recomendável.

No controle biológico da vespa-da-madeira destacam-se o nematóide Deladenus siricidicola (Bedding, 1968) (Nematoda, Neothylenchidae), que esteriliza as fêmeas, alcançando níveis de parasitismo próximos de 100% (IEDE et al., 1998), e o parasitóide de ovos, a Ibalia leucospoides Hochenwarth, 1785 (Hymenoptera, Ibaliidae), com níveis de parasitismo de 4 a 45% (IEDE & ZANETTI, 2007).

Além do Deladenus siricidicola e da Ibalia leucospoides, no Brasil foram introduzidos os ectoparasitóides de larvas, Megarhyssa nortoni Cresson, 1864 e Rhyssa persuasoria (Linnaeus, 1758) (Hymenoptera, Ichneumonidae), também organismos recomendáveis para o controle da vespa-da-madeira, porém não obtiveram sucesso.

No entanto, no levantamento de índice de parasitismo, realizado em 2023, foram identificados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), exemplares de Megarhyssa nortoni, em amostras vindas do município de Capão Alto, Santa Catarina.

No Estado, a ocorrência de vespa-da-madeira tem se mantido estável nos últimos anos, podendo ser uma provável causa dos ataques, a ausência de manejo em plantios com idades suscetíveis. Essa ausência, está associada principalmente aos fatores comerciais que obrigam a redução dos custos de produção, levando a eliminação de práticas como o desbaste.

Conforme a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) n.º 39/2016, o S. noctilio não é considerado uma praga quarentenária, pois está amplamente distribuída nas regiões produtoras de pinus, desta forma não consta na lista de pragas quarentenárias presentes, definida pela Instrução Normativa Mapa, n.º 38/2018.

Considerando que o Estado de Santa Catarina possui uma área de 713,1 mil hectares de florestas de pinus, o que corresponde aproximadamente a 70% da área de florestas plantadas, tornando-o maior produtor e exportador de madeira serrada do Brasil.

Que em 2022, os produtos florestais responderam por 18,7% do total de exportações do Estado, com R$ 1,8 bilhão no valor bruto da produção agropecuária. Ainda que, a indústria florestal catarinense possui mais de nove mil e quatrocentas empresas e gera cerca de 103 mil empregos diretos, contando com 16 mil produtores de pinus.

E em 2021, estimou-se que o setor de florestas plantadas em Santa Catarina gerou mais de R$ 270 milhões em impostos.

No ano de 2022, com base no Decreto n.º 727/2020, que estabelece as normas para a defesa sanitária vegetal no Estado, a Cidasc publicou a Instrução de Serviço n.° 04, para promover o seu controle da vespa-da-madeira entre os reflorestadores, disciplinar as ações de distribuição de doses do Nematec®, e orientar os produtores sobre a importância da praga.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) realiza também, o levantamento de verificação do índice de parasitismo do nematóide em vespas, nas áreas de cultivo de pinus atacadas pela praga e previamente inoculadas, para a verificação da eficiência do controle biológico realizado pelo Nematec®.

Para a distribuição de doses de Nematec®, a Cidasc mantém uma parceria com a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), firmada através do Termo de Cooperação Técnica n.º 298/2023, celebrado entre a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR).

Sendo de responsabilidade da ACR a solicitação da produção das doses, junto à Embrapa, e da Cidasc, o armazenamento e a distribuição das mesmas, através do Departamento Regional de Lages.

A Cidasc ainda recebe as solicitações de doses dos reflorestadores, através de seus escritórios, e repassa as quantidades necessárias ao Departamento Regional de Lages, que comunica à ACR semanalmente, para que a mesma solicite a produção à Embrapa.

As doses são enviadas diretamente pela Embrapa, aos municípios de Lages, Joaçaba, Caçador, Mafra e Curitibanos, conforme solicitadas. 

Foto: Ascom/Cidasc.

Portanto, a Cidasc efetua a orientação do produtor florestal sobre os procedimentos técnicos de aplicação do controle biológico e a distribuição do Nematec®, porém não realiza a aplicação do produto na floresta, cabendo esta prática ao produtor.

A partir do ano de 2023, a Cidasc iniciou o trabalho de levantamentos de imagens aéreas, para a identificação de ataques de vespa-da-madeira em reflorestamentos de pinus, através do uso de drones. Este equipamento permite a observação a partir do imageamento aéreo dos focos, para estimar com maior precisão o número de plantas atacadas e definir as melhores estratégias de controle.

Foto: Ascom/Cidasc.

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