Carmen Zanotto faz apelo para população em relação a dengue e também os cuidados com a influenza. Em entrevista ao repórter Ernesto Júnior, a secretária de Saúde de Santa Catarina afirmou que o Estado vem observando com preocupação a atual situação. Os casos de dengue em todo o território catarinense, chegaram a um nível de platô, quando encontram estáveis. Porém, a falta de cuidado dos moradores e a baixíssima procura por vacinação acendem um alerta.
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Quando afirmou que o estado encontra-se em um platô no número de casos de dengue, Carmen fez uma ponderação. “O momento em que estamos em Santa Catarina, em muitos municípios, é que o número de casos já chegou a um platô. Isso não significa que a gente relaxar, ou seja, deixar de manter todos os cuidados”.
“[…] em uma reunião com os diretores do Conas, que eu sou vice-presidente representando a Região Sul, foi um dos temas com a nossa Ministra Nísia. As previsões são de que nós não vamos mais ter mais intervalos entre os períodos de dengue entre um ano e o outro”
A secretária afirma que já é certeza de que, diferente dos outros anos, quando a dengue chegava entre abril e maio, neste ano a doença chegou mais cedo, “este ano ela chegou a Santa Catarina em janeiro”. Ela afirma ainda que as previsões para 2024 e 2025 mostram que a doença deve se fazer presente em todo o período.
“As previsões para 2024 e 2025, é de que nós já teremos casos confirmados em novembro, ou seja, eles estão se antecipando. Por quê? Devido às alterações climáticas. As arboviroses estão se espalhando em todo o País com mais intensidade em função de que nós não tivemos praticamente invernos rigorosos”
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Carmen Zanotto faz apelo para população em relação a dengue principalmente em relação aos cuidados
“Nós já perdemos 151 vidas por dengue e temos que continuar trabalhando intensamente. Fortalecendo a atenção primária, mantendo o autocuidado, cuidar das nossas casas e do nosso local de trabalho”, afirma Carmen. O pedido, por parte do governo, chega em um momento em que o número de hospitalizações pela doença passou a se estabilizar.
O pedido por parte da secretária é pelo cuidado em relação às gestantes, que, com a doença, podem ter a sua gestação adiantada, causando sobrecarga no sistema de hospitais pelo Estado. “Nós precisamos vacinar nossas gestantes. Para evitar que elas tenham partos prematuros, muitas vezes causados por uma complicação respiratória e a gente acabe tendo que botar o bebe em uma UTI neonatal”.
Cidades do Alto Vale do Rio do Peixe contabilizam casos da doença
A conscientização solicitada pela secretária, contrasta com os números de casos em toda Santa Catarina e principalmente na região do Alto Vale do Rio do Peixe. Em nota enviada pela secretária de comunicação do município, Videira passará a contar com um boletim semanal sobre a doença, que será lançado nesta sexta-feira, 10.
A repórter Rita Martini conversou com Célio Becker diretor de vigilância em saúde de Caçador. Ele afirma que atualmente a cidade conta com 72 casos notificados da doença. “[…] desses 72 casos, 34 casos foram positivos, porém foram pacientes que vieram de outros municípios. 8 pacientes, esses, sim, eles contraíram a doença aqui dentro do município”.
Já em Tangará, também às margens do Rio do Peixe, atualmente não há casos de transmissão local. Maicon Tonello, Agente Endêmico do município, afirmou em entrevista ao repórter Yuri Pasqual, que atualmente ainda não foram detectados focos do mosquito. “[…] só temos o albopictus, que é o vetor de controle, mas que se picar uma pessoa que esteja positiva, começa a transmitir também”. Tonello afirma que na última semana o município registrou um caso importado, contraído no litoral catarinense.
Vacinação em Santa Catarina segue em níveis alarmantes
A imunização contra dengue e também para combater a influenza estão em níveis extremamente baixos em Santa Catarina. O Ministério da Saúde entende que 90% do público alvo precisa estar imunizado para que a doença seja combatida de forma mais relevante.
Porém, Santa Catarina, de acordo com números divulgados pela pasta, não chegou a 25% de imunização. Em documento, a pasta afirmou que apenas 24,19% da população apta a receber a imunização contra a dengue recebeu a vacina. Em relação à semana anterior, o número aumentou apenas 1%, quando encontrava-se em 22%.
Questionada pela repórter Ernesto Júnior, Carmen fez um apelo à população para procurar a imunização nos próximos dias. “As taxas estão ainda muito pequenas. Lá na região de Joinville, que nós chamamos de Nordeste, 33,41% do público alvo definido para ser vacinado”, afirma.
“É muito baixo essa taxa, é uma questão de campanha, nós estamos trabalhando, mas se as pessoas não chegam nas unidades de saúde, os vacinadores não conseguem vacinar”
A vacinação contra a dengue segue sendo realizada apenas para determinada faixa da população, e apenas em cidades com mais de 100 mil habitantes. Já a imunização contra a influenza, desde as últimas semanas, está aberta para toda a população.
“Por isso que nós estamos reforçando a importância dos municípios que receberam a vacina para as crianças de 10 a 14 anos conseguirem vacinar para a dengue. Nós precisamos que a população procure, nós precisamos que os pais levem os seus filhos até as unidades de saúde, que a equipe de saúde estará lá pronta para vacinar”
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