O primeiro disco do Led Zeppelin nasceu para mudar a história do Rock and Roll, dali em diante a definição de “Rock Pesado” passou a ser sinônimo de Led Zeppelin (embora hoje o som da banda pareça nada mais que um Hard Rock muito bem feito).
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O Led Zeppelin nasceu, em 1968, de uma necessidade que Jimmy Page tinha de cumprir um contrato da sua ex-banda The New Yardbirds. Isso mesmo, Page tocou no que restou da famosíssima banda The Yardbirds e, com o fim da banda, o guitarrista herdou o seu nome, mas também as dívidas e alguns shows na Escandinávia que deveriam ser realizados.
Como sabemos, Page é mais que determinado e faz suas ideias serem ouvidas e compradas. Foi assim que recrutou John Paul Jones, um velho conhecido baixista de estúdio. Para baterista convidou B.J. Wilson que recusou de pronto, pois tinha vários compromissos com sua banda. Para os vocais convocou Terry Reid da The Jailwalkers, que era banda suporte dos The Rolling Stones. Em um dos caprichos do destino Reid recusou, mas indicou o amigo vocalista da Band of Joy, Robert Plant. Plant, por sua vez, chamou seu amigo baterista, John Bonhan. Assim o The New Yardbirds estava formado e seguiu sua turnê pela Escandinávia.
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O entrosamento dos novos colegas foi tão grande que durante a pequena turnê algumas músicas foram compostas (entre elas Communication Breakdown), e no palco eles se tornaram arrasadores. Retornando à Londres, os quatro novos amigos entraram em estúdio, escolheram Led Zeppelin como seu nome e, durante 36 horas, gravaram aquele que seria o primeiro disco dos Zeppelins.
Page lembra muito bem o tempo que utilizaram para gravar o disco porque foi ele mesmo quem pagou pelas sessões de gravação. Também foi dele a produção do disco, demostrando assim toda a categoria que tinha não apenas para tocar guitarra, mas também para produzir algo totalmente novo e que o mundo estava procurando ouvir.
Não é necessário ser um grande crítico de arte e da música para notar que algo de muito especial estava acontecendo já nas duas primeiras faixas do disco. Page foi o idealizador e garante que o debut do Zeppelin foi, se não o pioneiro, um dos primeiros a ser gravado totalmente no formato stereo, o que para a época era algo espantoso. Foi também o primeiro a utilizar os microfones para captar o som ambiente da banda e não os posicionar em frente aos amplificadores de guitarra e baixo ou da bateria. Praticamente também não houve overdubs, o que prova o entrosamento da banda.
Outros detalhes que fizeram o Led Zeppelin I rapidamente se tornar uma febre foram o áudio do vocal propositadamente vazar para outras pistas de gravação, a utilização do eco reverso na pista da voz, que em alguns momentos fazia com que o eco entrasse antes do som original e também a fantástica bateria de John Bonham que foi colocada mais alta no estúdio para melhorar a ressonância no momento da captação. Engenhosidades e criações que se mostraram certeiras.
Com todas as músicas gravadas um contrato com a Atlantic Records foi conquistado. Para a capa foi escolhida a foto do acidente do dirigível Hildenburg em 1937. Mais um acerto, pois aquela imagem chamava a atenção e despertava a curiosidade sobre “quem são esses loucos que usam na capa do seu disco a foto de uma catástrofe? ”.
Já o nome da banda foi escolhido em uma das primeiras apresentações, quando o baterista do The Who, Keith Moon, teceu um comentário sobre o grupo dizendo que aquela formação do novo Yardbirds “iria viajar como um balão de gás”. Surgiu assim o nome Led Zeppelin.
O sucesso do primeiro disco foi tamanho que no mesmo ano o Zeppelin entrou em estúdio para gravar o seu grandioso segundo disco, mas esse é tema para um próximo texto. O que viria a acontecer com o Zeppelin se tornou história e até hoje influencia milhões de jovens e bandas no mundo todo.
Por: Gionei “Pollenta” Cambruzzi Fhynbeen, Jornalista, Locutor e Produtor da Rádio 92 FM de Caçador. Apresentador do Programa 92 In Rock que vai ao ar todos os sábados das 18h às 20h na emissora.
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