Na noite de sábado, um fenômeno atmosférico raro chamou a atenção de especialistas e curiosos no Sul do Brasil. O fotógrafo Gabriel Zaparolli, de Torres, registrou um dos raios mais altos e raros do mundo, conhecidos como sprites, a partir do Litoral Norte do Rio Grande do Sul.
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As imagens capturaram o evento luminoso acima de um sistema de tempestade que atuava sobre o Nordeste de Santa Catarina e o Leste do Paraná.
O que são os sprites
Diferente dos raios comuns, os sprites se projetam das nuvens para o alto, em direção ao espaço, podendo atingir mais de 80 quilômetros de altura, sendo apelidados de “o relâmpago mais alto da Terra”.
Eles foram descobertos em 2001 e 2002, perto de Taiwan e Porto Rico. Tony Phillips, cientista vinculado à NASA, explica:
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“Eles parecem adorar tempestades sobre a água e são famosos por surpreender os passageiros a bordo de aeronaves comerciais.”
Tipos de sprites e imagens raras
Entre os tipos de sprites, os jatos em forma de ‘cenoura’ são ainda mais raros, caracterizados por esferas internas de luz que podem se estender por centenas de metros.
O pesquisador Oscar van der Velde, da Universitat Politécnica de Catalunya, observa: “Frankie fotografou um raro jato gigante com morfologia de ‘cenoura’, relatado pela primeira vez em um estudo publicado na revista Nature por Su et al (2003). O outro tipo mais comum tem morfologia de ‘árvore’.”

Segundo van der Velde, a formação dessas descargas ainda não é totalmente compreendida. “Eles podem ser fluxos de plasma dentro do jato se cruzando ou regiões de maior aquecimento”, afirma o cientista.
Condições da tempestade
Os sprites registrados ocorreram sobre um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM), formado a partir do ar tropical quente e úmido.
Este sistema avançou durante a madrugada sobre o mar, após se desenvolver sobre terra, trazendo chuvas intensas, descargas elétricas e ventos fortes.

Curiosidades sobre os sprites
- Ocorrem a 50 km a 90 km de altitude, na mesosfera, acima das nuvens de trovoada tradicionais.
- Duração de milésimos de segundo, dificultando observação a olho nu.
- Formas variadas: podem se parecer com colunas, águas-vivas ou cenouras, geralmente com cor vermelha, causada pela excitação do nitrogênio na alta atmosfera.
- Não produzem trovão audível, mesmo sendo ligadas a raios muito intensos.
Registro histórico no Sul do Brasil
Gabriel Zaparolli já havia registrado sprites em anos anteriores, mas nunca com a magnitude observada neste sábado.
As imagens, além de impressionantes, ajudam a comunidade científica a estudar melhor esses fenômenos luminosos transientes, também chamados de Transient Luminous Events (TLEs).
“São descargas atmosféricas raras, difíceis de observar, e ainda pouco compreendidas”, comenta Zaparolli. O registro no Sul do Brasil reforça a importância de monitoramento e fotografia especializada para documentar essas manifestações únicas da natureza.







