Ninguém espera encontrar um gambá dentro de casa — mas quando isso acontece, o susto vem primeiro, seguido pela dúvida: e agora, o que fazer? Antes de qualquer ação, é fundamental entender que esse animal, também conhecido como gambá-de-orelha-branca, pode parecer assustador, mas não é agressivo por natureza. A forma como você reage pode fazer toda a diferença entre uma resolução tranquila e uma confusão desnecessária. E, acredite, há atitudes que devem ser evitadas a todo custo.
Evite gritar, correr ou fazer barulho: gambá não é ameaça
O primeiro impulso ao ver um gambá pode ser gritar ou tentar afugentá-lo com barulhos. No entanto, esse comportamento só o assusta ainda mais. O gambá reage com defesa quando se sente ameaçado, e barulhos altos aumentam a chance de ele liberar seu odor característico, como forma de proteção. Esse cheiro forte é um dos mecanismos de defesa mais eficazes do animal, mas é também um dos maiores desconfortos para quem está dentro da casa.
Manter a calma e o silêncio é o primeiro passo para evitar uma crise. Lembre-se: ele está tão assustado quanto você.
Tentar capturar o gambá com as mãos pode acabar mal
Mesmo que pareça dócil ou esteja parado, jamais tente pegar o gambá com as mãos. Além de correr o risco de levar uma mordida ou arranhão, você pode machucá-lo — e isso gera um problema ainda maior. Animais silvestres têm defesas naturais e são protegidos por lei. Se você agir de forma brusca, poderá ser responsabilizado.
A captura correta deve ser feita por profissionais, como os agentes de controle de zoonoses ou do corpo de bombeiros. Eles têm equipamentos apropriados e sabem como lidar com a situação com segurança.
Usar veneno é crime e traz riscos
Outro erro grave é tentar envenenar o gambá. Além de ilegal, isso representa um grande risco para animais domésticos e até crianças que convivem no mesmo ambiente. O uso de substâncias tóxicas sem controle pode contaminar alimentos, água e superfícies da casa, gerando uma cadeia de problemas desnecessária.
Além disso, a morte do animal dentro de estruturas internas pode gerar mau cheiro, proliferação de insetos e necessidade de reformas para remoção. Nunca, em hipótese alguma, recorra a venenos.
Não bloqueie a saída: permita que o gambá encontre o caminho
Muita gente, no desespero, acaba trancando janelas, portas ou até tentando empurrar o animal para um canto. Esse tipo de atitude o encurrala e desperta instintos de autodefesa, podendo resultar em comportamento agressivo.
O mais indicado é manter uma rota de fuga aberta, como uma porta ou janela para o quintal, e sair de perto. Em muitos casos, o gambá se orienta e vai embora sozinho assim que o ambiente fica calmo.
Jamais use fogo, água ou vassoura para espantar
Pode parecer óbvio, mas há relatos de pessoas que tentaram “espantar” gambás com fogo, jatos de água ou vassouradas. Esses métodos são cruéis, perigosos e absolutamente ineficazes. O gambá não é um animal que ataca gratuitamente, mas se acuado, ele pode morder.
Além disso, usar fogo ou jogar água em ambientes internos é um risco de acidente grave — seja com o imóvel, seja com os moradores. A melhor estratégia é isolar o cômodo e chamar ajuda.
Não ignore a presença frequente do animal
Se você já se deparou com gambá mais de uma vez dentro ou ao redor da casa, vale observar o ambiente. Restos de comida acessíveis, lixo exposto, frestas em telhados e muros baixos são convites para que ele entre novamente.
Evite deixar frutas, restos de ração e lixo orgânico ao alcance. Verifique se há locais escuros e seguros onde ele poderia se esconder, como sótãos, caixas ou entulhos. Eliminar esses pontos é essencial para evitar visitas indesejadas.
Cuidado ao tentar capturar o gambá com armadilhas
Mesmo quem recorre a armadilhas vivas deve ter consciência de que isso exige cuidado. Uma armadilha mal posicionada ou usada de forma inadequada pode causar ferimentos ou não funcionar. Além disso, ao capturar, é obrigatório soltar o animal em ambiente natural apropriado — o que também deve ser feito por equipes especializadas.
Essa não é uma tarefa para improviso. Se a intenção é ajudar ou remover o animal de forma segura, acione quem entende.
Crianças e pets devem ser mantidos longe
Assim que notar a presença do gambá, tire do ambiente qualquer criança ou animal de estimação. Cachorros costumam latir e tentar atacar, o que gera pânico tanto neles quanto no animal silvestre. E crianças, por curiosidade, podem querer se aproximar demais.
Manter distância garante a segurança de todos — e diminui a chance de reações defensivas.
Respeitar o espaço do gambá, evitar reações instintivas e acionar profissionais são as formas mais eficazes e éticas de lidar com esse tipo de situação. Não é preciso agir com medo, mas com respeito e responsabilidade. Afinal, nossa convivência com a fauna urbana depende do entendimento mútuo entre espécies.
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