Um dos maiores desafios enfrentados por estudantes imigrantes ao chegarem em uma nova escola é a barreira do idioma local. Sem compreender bem o português, muitos têm dificuldades para acompanhar as disciplinas e interagir com colegas e professores.
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Para mudar essa realidade, a Secretaria Municipal de Educação de Videira criou o projeto “Língua que Une”, que oferece aulas de português específicas para alunos estrangeiros matriculados na rede municipal.
Desde o dia 1º de setembro, as aulas acontecem nas escolas Fidelis Antônio Fantin e Waldemar Kleinubing, que concentram o maior número de estudantes imigrantes. A maioria desses alunos vem da Venezuela, Haiti e Angola, conforme levantamento da própria Secretaria.
As atividades são oferecidas no contraturno escolar, duas vezes por semana, e reúnem cerca de 50 estudantes estrangeiros, matriculados do 4º ao 9º ano. Eles são divididos em três turmas, de acordo com o nível de domínio da língua portuguesa.
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Segundo o secretário de Educação, Cláudio Pistore, o projeto é um avanço importante no acolhimento das famílias imigrantes que vivem em Videira.
“Nosso compromisso é garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade. O ‘Língua que Une’ nasceu justamente para oferecer condições de aprendizagem e integração aos estudantes imigrantes, permitindo que eles se sintam incluídos e preparados para acompanhar o dia a dia escolar”.
O conteúdo das aulas inclui leitura, escrita, compreensão oral e conversação. Todas as atividades são adaptadas à realidade linguística e cultural dos alunos. Por meio de práticas pedagógicas lúdicas e interativas, os estudantes ganham confiança para se expressar e participar das aulas regulares.

A coordenadora do projeto e assessora pedagógica da Secretaria de Educação, Ana Carolina Cagnin Zitterell, destaca a importância da iniciativa para o desenvolvimento social dos alunos.
“Muitas vezes, o medo de errar o Português é tão grande que acaba inibindo a participação em sala de aula e a socialização. O projeto, no entanto, favorece a convivência e vai encorajando cada um a se expressar melhor”, explicou.
Ao lado da professora Luciana Aparecida Varella, Ana observa que os primeiros resultados já são visíveis. Os alunos estrangeiros demonstram mais engajamento nas atividades e estão criando vínculos de amizade com os colegas.