Foto: Divulgação
Em 2024, Santa Catarina registrou 7.719 ocorrências de violência nas escolas estaduais, conforme os dados divulgados pelo Núcleo de Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (Nepre). Esses números refletem um cenário alarmante de agressões físicas, verbais e bullying nas instituições educacionais do estado.
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Hoje, 7 de abril, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Esta data é uma oportunidade importante para refletirmos sobre as ações necessárias para combater a violência nas escolas e promover um ambiente mais seguro para todos os estudantes.
O levantamento do Nepre aponta que, entre as 7.719 ocorrências registradas, sendo
Em grande parte, os próprios estudantes são as vítimas dessas agressões.
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Entre os anos de 2001 e 2024, o Brasil registrou 43 ataques violentos em escolas, segundo o 1º Boletim Técnico “Escola que Protege”, lançado pelo Ministério da Educação em fevereiro deste ano. Esses ataques resultaram em 168 vítimas, sendo 115 feridos e 53 mortos, com seis dos agressores também entre os mortos.
Dois dos episódios mais trágicos ocorreram em Santa Catarina: o ataque em Saudades, no Oeste do estado, em maio de 2021, e o massacre em Blumenau, em abril de 2023, ambos em creches.
O aumento dos episódios de violência extrema nas escolas é evidente desde 2019, com um pico entre 2022 e 2023, anos em que houve 10 e 15 ataques, respectivamente.
A psicóloga Apoliana Regina Groff, mestre e doutora em Psicologia, analisa que esse crescimento pode estar relacionado ao período de isolamento social durante a pandemia de COVID-19.
Para ela, esse tempo de distanciamento forçado aumentou a exposição dos jovens a conteúdos extremistas nas redes sociais, ampliando a radicalização de muitos adolescentes e jovens.
A especialista alerta que o aumento da violência nas escolas também está ligado à polarização política e aos discursos de ódio, que têm se intensificado no Brasil.
“Precisamos refletir até que ponto, enquanto sociedade brasileira, temos favorecido uma educação e formação humana contrárias às violências”, pondera Apoliana.
Além da reflexão que a data de hoje propõe, o tema da violência escolar continua sendo debatido, especialmente entre jovens, pais e professores.
A minissérie britânica “Adolescência”, lançada recentemente, aborda de forma impactante os efeitos do bullying e da exposição a ideais extremistas nas redes sociais sobre o comportamento de um adolescente.
A trama mostra como essas influências podem levar a consequências trágicas.
Os dados do “Escola que Protege” indicam que todos os autores de ataques em escolas são do sexo masculino, e que as vítimas mais vulneráveis são, muitas vezes, jovens de grupos minoritários ou marginalizados.
Bullying, racismo, homofobia e outras formas de violência estrutural têm se mostrado causas predominantes dessa violência escolar.
“Crianças e adolescentes pobres, provenientes de minorias étnicas, migrantes ou com orientações sexuais ou identidades de gênero fora da cisheteronormatividade são mais vulneráveis ao bullying nas escolas”, afirma o relatório da Unesco sobre violência escolar.
Para combater a violência nas escolas, a Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina (SED) tem atuado com o apoio do Nepre, que conta com equipes multidisciplinares. A SED desenvolve ações de conscientização, prevenção e acolhimento nos casos de violência nas unidades escolares.
Além disso, a Secretaria oferece materiais pedagógicos como o “Reflexões para a implementação da Política de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola”, que visam apoiar os profissionais da educação na prevenção e no tratamento das violências nas escolas.
A psicóloga Apoliana Groff sugere que um dos caminhos para enfrentar a violência nas escolas é investir na formação de professores e na capacitação de equipes pedagógicas, abordando temas como racismo, capacitismo, homofobia, machismo e transfobia.
“A escola deve ser um espaço de educação em direitos humanos, onde os estudantes se sintam acolhidos e os professores tenham condições de ensinar com qualidade. Precisamos de uma educação que enfrente as violências estruturais e promova a formação de uma sociedade mais justa e empática”, finaliza.
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