A sessão ordinária de terça-feira (18) da Câmara de Vereadores de Caçador recebeu o professor e diretor de pesquisa e pós-graduação da Udesc Meio Oeste, Germano Guttler, que apresentou o Projeto Lixo Zero, uma proposta que busca reestruturar a gestão de resíduos do município.
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Guttler destacou que o aterro sanitário de Caçador deve atingir sua capacidade no segundo semestre de 2027, o que exige mudanças urgentes no modelo atual. O projeto prevê a redução gradual — e possivelmente total — da geração de lixo, com máximo reaproveitamento dos materiais.
Segundo ele, a iniciativa é simples, acessível e capaz de gerar forte impacto econômico e ambiental. “A proposta é que o Executivo se comprometa com a redução da geração de lixo. Existem empresas que cobram pouco por esse trabalho, e vamos mudar o conceito do cidadão caçadorense em relação ao lixo”, afirmou.
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O professor lembrou que Caçador gasta mais de R$ 7 milhões por ano com coleta e destinação de resíduos, valor que poderia ser revertido em receita para o município.
“Essa despesa pode virar 10, 15 ou 20 milhões de reais em geração de empregos, alimentos e reciclagem. Em vez de custo, teremos economia com o material que hoje enterramos no aterro”, reforçou.
O projeto contempla todos os tipos de resíduos, com retorno dos recicláveis à cadeia produtiva como matéria-prima e compostagem de 100% do material orgânico dentro da cidade. Ele citou experiências já implantadas em Lages, onde a geração per capita caiu para 214 kg ao ano — 43% abaixo da média nacional — e a compostagem residencial alcançou 48%, reduzindo cerca de 27 mil toneladas de lixo por ano.
Para Guttler, os resultados comprovam a eficácia da proposta. “O resultado é positivo, seguro e permanente. Não existe ‘jogar fora’. A sociedade busca economia circular, e isso começa pelo lixo”, destacou.
A iniciativa já conta com apoio de instituições locais. “Estamos lançando a ideia. Visitamos escolas e conversamos com as Secretarias de Meio Ambiente e Educação. O momento é muito positivo e deve gerar desdobramentos a curto prazo”, afirmou.
O custo do projeto é considerado baixo: cerca de R$ 250 mil por ano para contratação de uma empresa especializada, o que representa pouco mais de 3% do gasto anual do município com coleta e aterro.





