O município de Caçador está sendo reconhecido pelo Ministério da Saúde como referência em hanseníase no Brasil. A cidade conta com um laboratório de última geração para diagnóstico da doença e um ambulatório especializado, único no país com estrutura completa para exames avançados.
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O médico infectologista Bruno Vitiritti, responsável pelo serviço local, foi convidado pelo Ministério para atuar como consultor da região Sul, contribuindo com a capacitação de profissionais do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Vitiriti destaca que a hanseníase, apesar de não ser uma doença fatal, pode deixar sequelas severas quando não tratada precocemente. “Morrer, ninguém morre de hanseníase. Mas as dores crônicas, a neuropatia e as incapacidades em mãos e pés são permanentes quando o diagnóstico é tardio”, explica.
O especialista reforça que a doença pode atingir pessoas de qualquer idade, renda ou localidade. “Temos que abandonar o mito de que é uma doença da pobreza. Estamos expostos ao bacilo o tempo todo. O Brasil é um país altamente endêmico”, alerta.
O médico explica ainda que muitos dos casos atuais estão relacionados a contatos familiares antigos, especialmente em pessoas com mais de 40 anos que conviveram com pais e avós não tratados antes de 1990. “Muitos pacientes relatam que seus parentes faleceram com dores crônicas que eram atribuídas a reumatismos ou artrites, mas que, na verdade, podem ter sido hanseníase”, acrescenta.
O ambulatório de Caçador realiza exames como ultrassom de nervos, estesiometria, biópsias, testes de resistência bacteriana e, mais recentemente, PCR genômico, colocando o município à frente no diagnóstico precoce.
Bruno também mencionou que já participou de uma missão em Goiás e tem outras cinco viagens previstas pelo Ministério da Saúde para treinar profissionais da região Sul, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde. “Somos respeitados dentro do Ministério por levarmos a hanseníase a sério. Caçador é um exemplo em Santa Catarina e agora no Brasil”, finalizou.
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