Apesar do aumento nas vendas e da fama de opção mais saudável, as cervejas sem álcool podem representar riscos à saúde quando consumidas regularmente. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada no periódico Nutrients. O estudo, realizado por cientistas da Alemanha e dos Estados Unidos, avaliou os efeitos metabólicos em homens jovens e saudáveis que beberam duas garrafas diárias da bebida por quatro semanas.
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Os pesquisadores observaram que o consumo constante dessas cervejas elevou os níveis de açúcar no sangue e aumentou a insulina, o que eleva o risco de diabetes tipo 2.
Além disso, houve elevação do colesterol LDL — o chamado “colesterol ruim” — e dos triglicerídeos, gordura associada a doenças do coração.
A pesquisa envolveu 44 voluntários que consumiram diariamente dois frascos de 330 ml de cerveja sem álcool ou água, durante o período do estudo.
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Os efeitos foram mais intensos nas cervejas de trigo e nas “cervejas mistas”, que combinam refrigerantes saborizados, como laranja ou limão. As Pilsner, mais leves e com até 0,5% de álcool, tiveram impacto negativo menor, mas ainda assim preocupante.
Ganho de peso e problemas metabólicos
Os cientistas alertam para o alto teor calórico e açúcar presente em muitas dessas bebidas, que podem causar ganho de peso e problemas metabólicos.
“A cerveja não alcoólica é cada vez mais consumida como uma alternativa a bebidas alcoólicas. Mas os benefícios e riscos ainda não são completamente conhecidos. Descobrimos que elas têm um efeito desfavorável no metabolismo, principalmente impulsionado pelo seu conteúdo calórico e de açúcar”, declararam no relatório.
Consumo da cerveja sem álcool no Brasil
Esse alerta surge em meio a um crescimento significativo do consumo.
Segundo dados da consultoria Euromonitor, a comercialização da cerveja zero álcool no Brasil cresceu de 197,8 milhões de litros em 2020 para 649,9 milhões de litros em 2023, um aumento de mais de 200%.
A Euromonitor estima que em 2025 o Brasil deverá chegar perto de consumir 1 bilhão de litros de cerveja zero ao ano.