A bronquiolite por VSR (vírus sincicial respiratório) é uma das principais causas de internação entre bebês e crianças com menos de dois anos, especialmente na região Sul do Brasil, onde a circulação do vírus aumenta significativamente entre os meses de abril e agosto. O VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e por 60% das pneumonias nessa faixa etária, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
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Essa infecção respiratória atinge os bronquíolos — pequenas vias aéreas dos pulmões — causando inflamação, acúmulo de muco e dificuldade para respirar, principalmente em recém-nascidos e prematuros. Crianças com doenças cardíacas congênitas ou displasia broncopulmonar também fazem parte do grupo de risco.
Sintomas da bronquiolite por VSR
Os sintomas mais comuns da bronquiolite por VSR incluem tosse com chiado, febre, respiração acelerada, esforço respiratório (com afundamento do peito), narinas dilatadas e, em casos mais graves, coloração arroxeada ao redor da boca e das unhas.
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Segundo o pediatra Amarildo Moro Ribas, “a grande maioria dos casos de bronquiolite aguda não precisa de tratamento específico. O corpo combate o vírus em cerca de uma semana.” Ele explica que o cuidado está em manter a hidratação, alimentação, higiene nasal e em alguns casos é indicada a fisioterapia respiratória.
Todavia o alerta é para o risco de evolução rápida em alguns quadros, que podem exigir internação e até suporte respiratório em UTI.
Como prevenir a bronquiolite por VSR
A prevenção da bronquiolite por VSR começa com medidas simples: lavar bem as mãos antes de tocar na criança, manter os ambientes ventilados, higienizar brinquedos e mamadeiras e evitar contato com pessoas gripadas. Também é essencial proteger os pequenos de fumaça de cigarro e poluição. A amamentação e a vacinação em dia reforçam o sistema imunológico do bebê.
Imunização e avanços contra o VSR
Mesmo sem uma vacina específica para os bebês na rede pública, novas estratégias estão em andamento. Uma delas é a vacina Abrysvo, destinada às gestantes entre a 24ª e a 36ª semana. “Ela protege o bebê nos primeiros meses de vida por meio da transferência de anticorpos pela placenta”, explica o Dr. Amarildo Ribas. Por enquanto, está disponível apenas na rede privada.
Outra inovação é o anticorpo monoclonal nirsevimabe, que pode ser aplicado logo após o nascimento ou em qualquer fase da vida e é eficaz por até um ano. “Ele reduz em até 90% as internações por bronquiolite causada pelo VSR”, destaca o pediatra. A expectativa é que seja incorporado ao SUS nos próximos anos.
Já o palivizumabe, disponível no SUS, é direcionado a prematuros extremos e bebês com comorbidades. São cinco aplicações realizadas nos meses de maior circulação do VSR, de abril a agosto.
Está em estudos também a combinação da vacinação de gestantes contra o VSR e a utilização de nirsevimabe em bebês, especialmente prematuros.
Fique atento: informação também protege
A bronquiolite por VSR pode evoluir rapidamente e causar complicações graves. Por isso, o acompanhamento pediátrico e a orientação adequada são fundamentais. “Se surgirem sintomas como respiração acelerada, dificuldade para mamar ou sinais de cansaço, é essencial procurar atendimento médico o quanto antes”, orienta o Dr. Amarildo.
Enquanto os novos imunizantes não chegam à rede pública, a informação é a principal ferramenta de prevenção. Estar atento aos sinais e agir rápido pode salvar vidas.
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