O Hospital Salvatoriano Divino Salvador, de Videira, viveu um momento histórico na última semana ao realizar duas captações de órgãos em um único dia. O procedimento, considerado raro e complexo, envolveu uma grande mobilização da equipe médica e de enfermagem, além de familiares que, mesmo em meio ao luto, autorizaram a doação.
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Sheila Mendes, enfermeira do centro cirúrgico, destacou que o trabalho começa ainda antes da preparação hospitalar, com o acolhimento e diálogo com as famílias. “Estávamos com o coração dividido: triste por um lado, mas feliz por outro, por saber que essas vidas vão ajudar outras”, relatou.
Segundo ela, o processo exige precisão, sigilo e comprometimento. “Existem vários testes clínicos e neurológicos, às vezes levando dias. É necessário manter a cabeça focada o tempo todo”, explicou. A profissional enfatizou ainda a importância de declarar em vida a vontade de ser doador, o que facilita a decisão familiar.
A ação contou com instrumentadores, anestesistas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e até logística externa, como o transporte dos médicos até o aeroporto. “Ontem fizemos um corredor de honra para os dois doadores. Quando empurramos a maca e ouvimos os aplausos, foi emocionante e inesquecível”, descreveu Sheila.
O médico Fábio Herbers, responsável pelos procedimentos, ressaltou o impacto da doação. “Foi um gesto grandioso. Temos milhares de pessoas na fila aguardando por um órgão. O que aconteceu aqui foi um exemplo de generosidade em meio ao luto”.
Ele também destacou que cerca de 50% das famílias, no Brasil, ainda não autorizam a doação. “Falar sobre isso é essencial. Que mais pessoas conversem e decidam em vida, para que esse momento seja menos doloroso para os entes queridos”, concluiu.
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