A importância do diagnóstico precoce das hepatites virais B e C, ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) é o foco da campanha julho amarelo. Em Santa Catarina, a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) aponta que de 2012 a 2022, mais de 23 mil pessoas foram identificadas com a doença.
Trata-se de doenças silenciosas que se não tratadas a tempo podem causar problemas à saúde, como cirrose ou câncer hepático, podendo levar à morte.
O diagnóstico é feito por meio de teste disponível gratuitamente na rede pública de saúde. A prevenção pode ser feita de algumas formas.
Para a hepatite B, existe vacina, que também é oferecida pelo Sus. A primeira dose deve ser aplicada no bebê logo ao nascer e as demais doses aos 2, 4 e 6 meses de idade.
Pessoas não vacinadas nesta faixa etária podem receber a vacina em qualquer momento, independentemente da idade, em um esquema de três doses.
Outra medida de prevenção importante é o uso da camisinha em todas as relações sexuais, além de evitar o compartilhamento de objetos perfurocortantes como seringas, lâminas de barbear, material de manicure e pedicure e de uso pessoal, como escovas de dente.
Se já infectado, o indivíduo pode fazer o tratamento também na rede pública de saúde. A hepatite C tem cura e o tipo B tem tratamento que interrompe a evolução da doença
A gerente de IST, HIV/Aids e doenças infecciosas crônicas da Dive/SC, Regina Valim, destaca a necessidade de adultos testarem regularmente para as hepatites B e C. Outro público, segundo a gerente, que precisa ser testado são as gestantes durante o pré-natal.
“O teste para as virais é gratuito e está disponível em todas as unidades básicas de saúde. Quanto mais cedo se souber ser portador do vírus B ou do vírus C, mais cedo se trata e mais cedo se cura ou se controla essa infecção. No caso das gestantes, a testagem é importante para evitar que a infecção seja transmitida ao bebê”, esclarece.
SC tem mais casos de hepatite B
Em Santa Catarina, os casos de hepatites virais são mais frequentes em homens. A faixa etária com mais registros está entre 40 e 59 anos. Os dados mais recentes da Dive/SC condizem aos anos de 2012 a 2022.
De B, em 2012, foram constatados 1686 casos, tendo o ano com maior incidência em 2014, com 1891 registros e o com a menor taxa em 2020, com 830. Em 2022, foram identificados 876 pessoas com a doença.
Já a hepatite C apresenta números menores em Santa Catarina, mas também com taxa de redução no decorrer dos últimos 8 anos, quando a Dive registrou os dados.
Em 2015, foram identificados 1406 casos, maior número desde a contagem. E no ano passado, em 2022, o menor dado, com 716 pessoas identificadas.