O Ministério da Saúde começou, na sexta-feira (15), a distribuição do exame de DNA-HPV para rastreamento do câncer de colo do útero. Esse novo teste, mais preciso que o tradicional papanicolau, será gradualmente incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil.
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A mudança inicia com implantação em 12 estados e o Distrito Federal, alcançando inicialmente um município de cada localidade escolhida para o projeto-piloto.
O exame de DNA-HPV detecta 14 tipos de HPV com maior potencial cancerígeno, e será utilizado como teste primário na triagem.
O papanicolau, neste novo modelo, será usado apenas como exame complementar em casos com resultado positivo para o vírus.
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A coleta continua semelhante ao método antigo, com secreção retirada do colo do útero. Porém, o material vai agora para um tubo com líquido conservante, e será analisado por biologia molecular.
De acordo com o Ministério da Saúde, a tecnologia permite identificar o HPV antes mesmo de lesões visíveis surgirem, o que amplia a detecção precoce.
Com resultado negativo, as mulheres poderão repetir o exame a cada cinco anos, sem necessidade de intervenções frequentes.
O Instituto de Biologia Molecular do Paraná (Fiocruz) desenvolveu o novo método. A Conitec aprovou sua incorporação ao SUS após análise de precisão e custo-benefício.
O objetivo é atingir, até o final de 2026, uma cobertura anual de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos, em todo o país.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, o Brasil pode avançar mais rápido que países como Reino Unido e Portugal, que levaram três anos para implementar.
“Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível. Com diagnóstico mais rápido e tratamento precoce, podemos salvar muitas vidas”, afirmou.
O que é o HPV? Exame e como prevenir
A infecção por HPV é a principal causa do câncer de colo do útero, doença que afeta cerca de 17 mil brasileiras por ano, com média de 20 mortes diárias, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O HPV é altamente contagioso e pode causar lesões nos órgãos genitais. Embora geralmente indolor, o vírus pode permanecer silencioso por anos.
A vacina contra o HPV, oferecida no SUS, continua sendo fundamental na prevenção. É aplicada em dose única para meninas de 9 a 14 anos e também para públicos especiais até 45 anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o exame DNA-HPV como padrão ouro para o rastreamento do câncer de colo do útero.
O uso combinado de vacinação e diagnóstico precoce faz parte da estratégia global para eliminar essa doença como problema de saúde pública até 2030.