Esta semana o Hospital Maice, em Caçador, retomou o projeto “Cortes que Transformam”, uma iniciativa que nasceu em março de 2024 e rapidamente conquistou pacientes, familiares e profissionais da saúde.
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Idealizado por Jeferson Padilha, ex-paciente do hospital que venceu a síndrome de Guillain-Barré, o projeto surgiu de um gesto espontâneo: cortar o cabelo e a barba de seu pai durante uma internação. Ao ver a alegria gerada, Jefferson decidiu oferecer o mesmo cuidado a outros pacientes.
Com apoio da equipe do hospital e orientações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), a ação começou de forma simples, com apenas uma cadeira de plástico, uma tesoura e uma máquina de cortar cabelo.
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De acordo com a fisioterapeuta Nathalia Camargo, ao longo dos meses, o projeto ganhou força com doações de empreendedores locais e a adesão de colaboradores que ajudaram a oferecer um momento de cuidado e dignidade a quem estava internado.
Durante um ano, sempre às quintas-feiras, pacientes recebiam cortes de cabelo e barba sem custo algum — o pagamento simbólico era um pedido de oração diante da imagem de Nossa Senhora do Remédio. Para muitos, um gesto pequeno no tamanho, mas gigante no significado.
Em abril deste ano, o projeto foi interrompido quando Jeferson deixou Caçador para assumir um novo emprego. Desde então, a equipe aguardava um novo voluntário para dar continuidade à ação.
Agora, o “Cortes que Transformam” inicia sua segunda etapa, com a promessa de manter viva a essência do projeto: transformar a aparência e o estado de espírito de quem enfrenta um momento delicado no hospital.
A ação, que une solidariedade e cuidado com a autoestima, voltou a ser realizada graças ao trabalho voluntário do cabeleireiro Richard Oliveira, de 32 anos, que decidiu doar seu tempo e talento para transformar não apenas o visual, mas também o ânimo de quem enfrenta dias de internação.
“Quando a gente se olha no espelho e se vê bem, parece que a gente melhora por dentro também”, comenta Richard, que realiza os atendimentos diretamente nos leitos, adaptando o trabalho às condições de cada paciente.
O retorno do projeto já emocionou pacientes e familiares. Para muitos, o momento do corte vira também um espaço para boas conversas, risadas e acolhimento.
O “Cortes que Transformam” continuará ocorrendo de forma periódica, conforme a disponibilidade do voluntário, e o Hospital Maice segue aberto a receber outros profissionais que queiram contribuir.
Quem quiser se voluntariar pode entrar em contato com o setor de assistência social do hospital.
O atendimento
Já nesta segunda-feira pacientes do Hospital Maice receberam os cuidados do cabeleireiro Richard.
Entre as histórias está a de Gabriel Quinteiro, que mantém o mesmo bigode há 50 anos. Porém, devido a uma cirurgia cardíaca, ele teria que retirá-lo. O filho, que também chama-se Gabriel e acompanha o pai no hospital, disse que o pai não queria retirar o bigode por ser seu charme a cinco décadas, mas que agora seria necessário
Outro paciente atendido foi Luiz Antônio Zanella, também internado para cirurgia do coração. Ele destacou que o corte ajuda na autoestima: “Fica muito bonito, aumenta a autoestima. Tem que ficar bonito para essa hora”, disse o paciente.
A ação reforça o poder de gestos simples para melhorar o bem-estar emocional e a confiança dos pacientes, especialmente em momentos delicados de saúde.
Relembre também a história de Jeferson Padilha, onde tudo começou
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