A chegada do calor e do período mais chuvoso traz também uma preocupação para a população: o aumento da presença de escorpiões. Nessas condições climáticas, os animais se tornam mais ativos por conta da época de reprodução, saem em busca de alimento e abrigo e acabam se aproximando das residências.
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Em Santa Catarina, dados de um relatório mostram que esse risco é ainda maior no Alto Vale do Rio do Peixe e no Meio-Oeste, regiões que concentraram o maior número de acidentes com escorpiões em 2024. Foram 131 casos no Alto Vale do Rio do Peixe e 101 no Meio-Oeste, de um total de 648 registros no estado, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) e o Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox/SC).
Em Videira, município do Alto Vale do Rio do Peixe, a presença desses animais peçonhentos tem preocupado moradores de diferentes bairros. A bióloga da Secretaria de Saúde, Lucieli Zago, explica que o aumento é comum nessa época do ano.
“O surgimento nesses meses de agosto e setembro é mais notável devido à reprodução. Eles buscam abrigo e alimento e acabam se adaptando bem ao ambiente da cidade, especialmente em locais com entulhos, materiais de construção e áreas de mato”, destaca.
Segundo Lucieli, bairros como Floresta, Panazzolo, Santos Dumont, Marafon e Farroupilha sempre registram ocorrências. A especialista reforça que o problema não está restrito a um ponto específico, mas se espalha por diferentes áreas do município.
Espécies em SC
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é o mais perigoso e responsável pela maioria dos acidentes. Ele tem a capacidade de se reproduzir sem a necessidade de macho, o que favorece sua rápida expansão. Também há registro da presença do escorpião-marrom (Tityus bahiensis), que necessita de macho para reprodução, mas igualmente representa risco à saúde.
Prevenção é essencial
A bióloga orienta que medidas simples podem reduzir as chances de contato com os animais:
- manter quintais limpos, sem lixo, entulhos, tijolos ou telhas;
- vedar frestas e rachaduras em paredes, pisos e rodapés;
- inspecionar roupas, sapatos e toalhas antes de usar;
- manter jardins e terrenos com a grama e o mato aparados.
Esses cuidados dificultam a instalação dos escorpiões, que encontram alimento principalmente em baratas e abrigos em locais escuros e úmidos.
Como agir em caso de acidente
De acordo com a Dive/SC, os escorpiões não podem ser erradicados, apenas controlados. Por isso, além da prevenção, é essencial saber o que fazer em caso de acidente:
- lavar o local da picada com água e sabão;
- aplicar compressas mornas;
- manter a calma e procurar atendimento médico imediato;
- levar o animal ou uma foto para auxiliar na identificação.
Alerta para a região
Com as temperaturas em elevação e as chuvas mais frequentes, cresce a circulação desses animais em áreas urbanas. Os números deixam claro: em 2024, o Alto Vale do Rio do Peixe e o Meio-Oeste lideraram os acidentes com escorpiões em Santa Catarina.
A orientação dos órgãos de saúde é clara: a prevenção continua sendo a melhor forma de proteção para reduzir riscos e proteger a comunidade.