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Vacina contra bronquiolite chega ao SUS com 1,8 milhão de doses

Vacina contra bronquiolite chega ao SUS com 1,8 milhão de doses

Foto: Divulgação

A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite em bebês, será distribuída na rede pública a partir da segunda quinzena de novembro. O anúncio foi feito no dia 10 de setembro, quando o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou uma parceria para fabricar o imunizante no Brasil.

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Por meio de um acordo entre o Instituto Butantan e a Pfizer, as primeiras 1,8 milhão de doses serão entregues ao Sistema Único de Saúde (SUS) ainda em 2025. Essa vacina é fundamental para reduzir a pressão nos hospitais, especialmente durante os meses de maior circulação do vírus.

O VSR é responsável por aproximadamente 80% dos casos de bronquiolite e 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. De cada cinco crianças infectadas, uma precisa de atendimento ambulatorial, e uma em cada 50 acaba internada no primeiro ano de vida.

No Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são hospitalizados anualmente por conta do vírus.

Renato Kfouri, do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica: “Virtualmente, 100% das crianças serão expostas ao VSR nos dois primeiros anos de vida. Cerca de 60 a 65% se infectam no primeiro ano. Nem todas terão bronquiolite, mas muitas terão sintomas como chiado, tosse ou resfriado. Algumas podem desenvolver quadros graves e necessitar hospitalização.”

O risco é ainda maior entre os bebês prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior do que a de crianças nascidas a termo, que representam 12% dos nascimentos no país.

De 2018 a 2024, cerca de 83 mil internações de prematuros foram registradas por complicações relacionadas ao VSR, como bronquite e pneumonia.

Até agora, o principal método para proteger os prematuros na rede pública era o Palivizumabe, um anticorpo indicado para bebês com menos de 28 semanas de gestação, com até cinco aplicações mensais durante a temporada do vírus.

Em fevereiro de 2025, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) recomendou a inclusão da vacina Abrysvo no programa nacional. Durante a XXVII Jornada Nacional de Imunizações da SBIm, o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Éder Gatti, revelou que a vacinação das gestantes começará ainda este ano.

“Estamos trabalhando para vacinar gestantes ainda em 2025, para proteger os bebês durante a temporada do próximo ano, graças aos anticorpos maternos oferecidos pela vacina”, explicou Gatti.

Inicia em novembro

O Ministério da Saúde informou que a distribuição das primeiras 832,5 mil doses terá início em novembro, com mais de 1 milhão de doses entregues até dezembro, garantindo o abastecimento em todo o SUS.

Isso permitirá que estados e municípios organizem seus calendários de vacinação nas unidades básicas e pontos de imunização locais.

O ministro Alexandre Padilha destacou a importância do imunizante:

“É uma proteção dupla: protege a gestante e o recém-nascido. Além disso, promove transferência de tecnologia, inovação e gera emprego, renda e conhecimento no país.”

Como funciona a vacina contra o VSR?

A vacina destinada às gestantes, produzida pela Pfizer, utiliza a proteína S do vírus obtida por engenharia genética. Seu objetivo é proteger o bebê antes do nascimento.

Aplicada durante a gravidez, a Abrysvo estimula a mãe a produzir anticorpos que atravessam a placenta, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida — período de maior vulnerabilidade a complicações graves como bronquiolite e pneumonia.

Estudos indicam que a vacinação pode evitar até 28 mil internações anuais no Brasil.

O pediatra Renato Kfouri lembra que a vacinação está recomendada a partir das 28 semanas de gestação, conforme decisão técnica do Ministério da Saúde. Futuramente, será avaliada a necessidade de doses adicionais em gestações subsequentes.

O esquema é simples: a vacina Abrysvo é aplicada em dose única.

Novo aliado em 2026: anticorpo monoclonal

Além da vacina, em 2026 o Ministério da Saúde prevê a inclusão do anticorpo monoclonal Nirsevimabe no Programa Nacional de Imunizações. Esse imunizante, comercializado como Beyfortus pela Sanofi, protege contra infecções respiratórias graves causadas pelo VSR.

Diferente da vacina, que estimula a produção de anticorpos pelo organismo, o Nirsevimabe fornece anticorpos prontos para o bebê.

Ele é indicado para crianças de até dois anos, incluindo:

O diretor do PNI, Éder Gatti, afirmou à CRESCER: “A expectativa é disponibilizar o Nirsevimabe já para a temporada de VSR de fevereiro de 2026. Com as duas estratégias, todos os nascidos vivos terão acesso a alguma proteção contra o vírus, que provoca colapso nas terapias intensivas pediátricas todo ano. Será um avanço significativo em saúde pública.”

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