Santa Catarina registrou um crescimento significativo no setor da construção civil entre janeiro e maio de 2025, com a criação de 11,5 mil novos empregos. Esse número representa um aumento de 9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), com base nos dados do Novo Caged do Ministério do Trabalho, o estado ficou atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais em geração de empregos na construção civil.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP E RECEBA NOTÍCIAS
Apesar do crescimento, o presidente da Facisc, Elson Otto, ressalta que o mês de maio mostrou uma queda na oferta de vagas, principalmente devido à retração nas obras de montagem industrial, reflexo direto dos juros elevados no país.
“Mesmo diante de um cenário nacional marcado por incertezas fiscais e juros elevados, Santa Catarina demonstra força e resiliência, movida pela confiança no setor da construção e pelo protagonismo dos nossos empresários”, destaca Otto.
O avanço no setor contempla todas as etapas da construção civil, desde as fundações até o acabamento final. Itapema lidera o ranking dos municípios que mais geraram empregos no setor, com 1.663 novas vagas.
Entre as funções mais demandadas estão
- serventes de obras,
- pedreiros,
- carpinteiros,
- pintores e
- aplicadores de revestimentos cerâmicos.
A maior parte das contratações concentrou-se em pessoas entre 18 e 39 anos.
Marco Antonio Corsini, diretor de Articulação Estratégica da Facisc, aponta a formalização como ponto crucial, com 52% dos empregos formais, a segunda maior taxa do país.
“Além de movimentar a economia em diferentes regiões, o setor contribui para a formalização de empregos em uma área historicamente marcada pela informalidade. Isso é positivo para o trabalhador, para as empresas e para o desenvolvimento sustentável do estado”, comenta.
Eduardo Schuster, coordenador do Núcleo da Construção Civil da Associação Empresarial de Penha, destaca a continuidade dos projetos como fator de estabilidade, mesmo em um cenário de instabilidades fiscais e juros altos.
Obras com ciclos longos, de até quatro anos, garantem previsibilidade e segurança para fornecedores, prestadores de serviços e famílias que dependem da cadeia produtiva da construção.
Apesar dessa força, o setor sente o impacto dos juros altos: em maio, o saldo positivo de vagas foi apenas 11 em Santa Catarina.
Corsini lembra que a construção civil movimenta 97 atividades econômicas, reforçando sua importância para a economia regional, seja para acelerar o crescimento ou manter a estabilidade em tempos difíceis.