O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE‑SC) identificou municípios do estado com índices de biometria inferiores à média nacional, que é de 87,01%. Em 1º de setembro de 2025, a Secretaria da Corregedoria Regional Eleitoral de Santa Catarina coletou os dados. Apesar disso, Santa Catarina apresenta 87,94% do eleitorado com biometria validada. Mesmo assim, de 295 municípios catarinenses, 95 estão abaixo da média brasileira.
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Entre as cidades mais atrasadas nesse processo, cinco lideram os piores percentuais de biometria:
- Praia Grande: 62,54%, sendo que de 6.672 eleitores aptos, 2.499 não têm biometria
- Urupema: 63,42%, com 2.488 eleitores aptos e 910 sem biometria
- São João do Sul: 63,70%, com 7.203 aptos e 2.615 sem biometria
- Bom Jardim da Serra: 64,29%, com 3.873 aptos e 1.383 sem biometria
- Jacinto Machado: 64,62%, com 8.928 aptos e 3.159 sem biometria
Carlos Valério Gerber Wietzikoski, coordenador de Gestão do Cadastro Eleitoral do TRE‑SC, alerta que esses cinco municípios sem biometria somam cerca de 10 mil pessoas sem dados biométricos.
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“São locais sem sede de cartório eleitoral, situação que exige o deslocamento da população a outros municípios. Por essa razão, a Justiça Eleitoral catarinense, preocupada com o exercício da cidadania por todas as pessoas, implementou o programa ‘Justiça Eleitoral em Movimento’”, ele afirma.
JE em Movimento
Desde 2023, o programa Justiça Eleitoral em Movimento (JE em Movimento) estende atendimento presencial a todos os 219 municípios de SC que não possuem cartório eleitoral. No primeiro semestre de 2025, foram feitos 2.783 atendimentos em 22 municípios, para facilitar a coleta de biometria.
O levantamento também mostra os municípios com índices baixos por regiões intermediárias do estado, segundo classificação do IBGE. Por exemplo:
Região de Chapecó: 20 dos 109 municípios estão abaixo da média nacional
- Joinville: 12 de 25 municípios
- Criciúma: 26 de 44 municípios
A região de Criciúma lidera percentualmente como a mais afetada, com 59,09% dos municípios abaixo da média. Outras seguem:
- Joinville (48%),
- Lages (41,66%),
- Blumenau (36,66%),
- Caçador (25%),
- Chapecó (18,34%) e
- Florianópolis (11,76%).
Gerber ressalta que os municípios com maiores índices de coleta biométrica geralmente concluiram a revisão do eleitorado, convocando todos os eleitores para cadastro, sob risco de cancelamento do título eleitoral.
Ele lembra que essa revisão, prevista para todos os municípios, foi interrompida em 2020 devido à pandemia de Covid‑19 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com a retomada da coleta biométrica em março de 2023, o TRE‑SC adotou medidas como o JE em Movimento e campanhas informativas. Esse conjunto de ações elevou o índice estadual em 11,2% em dois anos e meio, passando de 76,74% para os atuais 87,94%.
Apesar de o índice estadual ultrapassar em 0,93% a média nacional, a Justiça Eleitoral continua providenciando JE em Movimento em municípios sem cartório eleitoral e em bairros distantes dentro de cidades maiores.
Em Florianópolis, por exemplo, atendimentos ocorreram em bairros, escolas e até em estacionamento de supermercado, para alcançar eleitores que ficam longe do cartório.
Esse panorama demonstra que, mesmo com progresso expressivo, muitas cidades ainda enfrentam desafios para garantir que toda população possa fazer cadastramento biométrico.
A biometria fortalece a segurança eleitoral e facilita acesso a serviços públicos integrados.
Enquanto isso, JE em Movimento permanece como instrumento essencial para reduzir desigualdades no processo eleitoral.
