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Nível do Rio do Peixe começa baixar após chuva parar

O nível do Rio do Peixe começou a baixar no município de Caçador e já apresenta tendência de estabilizar em Rio das Antas e Videira.

Fonte:
Portal RBV

O nível do rio do Peixe, no Meio-Oeste catarinense, começou a baixar após parar de chover no final da tarde desta quinta-feira (12). As cabeceiras do rio receberam mais de 200 mm de chuva em menos de 24 horas, de acordo com a Defesa Civil. O solo encharcado e o nível dos rios acima do normal por conta da chuva da última semana provocaram uma elevação rápida da água que causou alagamentos, invadiu casas e desalojou centenas de pessoas. O cenário é de melhora, já que as chuvas devem diminuir em Santa Catarina a partir de agora.

O nível máximo do rio na cidade Caçador foi atingido às 16 horas, quando a medição apontou 4,51 metros. Uma hora depois, o nível havia baixado mais 3 cm, retornando a 4,48 metros. Já às 18 horas a medição apontava 4,39 metros. Às 21 horas o rio baixou para 4,04 metros. Mesmo assim, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros mantém o alerta em relação aos possíveis riscos em áreas alagadas.

Os demais municípios que margeiam o rio do Peixe, localizados abaixo de Caçador, também seguem a tendência de recuo após atingirem o nível máximo no rio no final da tarde. A cidade de Rio das Antas atingiu 3,88 metros acima do nível normal às 20 horas desta quinta-feira (12). Às 21 horas o ritmo desacelerou subindo para 3,92 metros. No domingo (08), o nível máximo foi de 3,07 metros, de acordo com informações do Corpo de Bombeiros.

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O acompanhamento realizado pela Defesa Civil na cidade de Videira também aponta uma estabilização com tendência de recuo. Perto das 19 horas o rio do Peixe se mantinha em 3,7 metros acima do nível normal. A medição é realizada em uma régua localizada na passarela que liga as rua XV de Novembro e Beira Rio.

Caçador teve 200 residências atingidas pela enchente

O município de Caçador teve mais de 200 residências atingidas pela enchente do rio do Peixe e rio Caçador nesta quinta-feira (12). Os bairros Vila Kurtz, Gioppo, Paraíso, Centro e DER são os mais prejudicados. A grande quantidade de chuva, que iniciou na noite de quarta-feira (11), aliada ao solo encharcado e o rio já acima do nível normal colaboraram para o agravamento da situação.

Centenas de pessoas foram atendidas pela Defesa Civil, Bombeiros Voluntários e Tiro de Guerra. Outras centenas de pessoas ficaram desalojadas. Boa parte foi levada para a Casa de Passagem e, as demais, para abrigos de familiares.

A Defesa Civil do município informou que, mesmo com o recuo do nível dos rios, segue monitorando a situação e de prontidão para atender as pessoas que precisarem. Durante a tarde foi aberto o abrigo no Ginásio Flávio Cruz, como medida preventiva para acolher as famílias desabrigadas.

Outras ocorrências chamaram a atenção por conta da chuva. Parte de uma casa de madeira desabou, no bairro Martello, na manha desta quinta-feira (12). Dentro da residência estava uma mulher, que foi atendida pelos Bombeiros Voluntários e encaminhada ao hospital Maicé. A casa ficou com a estrutura totalmente comprometida e não poderá mais ser utilizada. O campo de futebol e a pista olímpica no Estádio Municipal em Caçador também ficaram submersos pela água.

Município de Rio das Antas registra vários pontos de alagamento

Vários pontos de alagamento foram causados pela enchente do rio do Peixe no município de Rio das Antas. O nível subiu o dia todo e às 20 horas atingiu 3,88 metros acima do nível normal. Os locais alagados sofrem historicamente com o problema.

O campo de futebol do Clube AVAÍ no município de Rio das Antas foi invadido pela água no início da tarde desta quinta-feira (12). O campo fica ao lado do rio que leva o mesmo nome da cidade, Rio das Antas, e ao lado da rodovia SC-135, entre Caçador e Videira. O Rio das Antas deságua alguns metros abaixo no Rio do Peixe, e com a enchente sofreu um represamento.

Parte da rua Beira Rio, proximidades da antiga Klein Metalúrgica e da ponte nova, também foi alagada. Esta rua é um prolongamento da rodovia SC-135, sentido Caçador, onde o nível do rio chegou muito perto de atingir a via. Nas proximidades da uma academia a água chegou na ciclovia.

Quatro famílias tiveram as casas invadidas pela água na localidade de Ipoméia, em Rio das Antas. O alagamento foi causado pela enchente do Rio do Peixe que represa um córrego que passa ao lado das residências. Entretanto, as famílias não quiseram deixar o local.

Outro local que sofreu um grande alagamento é a linha XV de Novembro, via de acesso entre Ipoméia e linha Novo São Paulo. Longos trechos da rua ficaram debaixo d’água, ilhando várias famílias que residem na localidade.

Nível do Rio do Peixe em Videira ultrapassou 3,7 metros

A Defesa Civil do município de Videira emitiu um alerta no início da tarde desta quinta-feira (12). Por conta do volume d’água que caiu no município e em cidades como Caçador e Rio das Antas, o risco de enchente em Videira era iminente. O rio do Peixe chegou a subir quase 50 cm por hora das 13h às 16 horas, atingindo o nível máximo de 3,7 metros às 19 horas. O rio das Pedras chegou bem próximo da base da ponte nas proximidades do Paço Municipal, mas não transbordou.

A rua Anita Garibaldi, no bairro Carboni, ficou coberta de água e registrou pontos de erosão. O alerta emitido buscava prevenir principalmente os comerciantes e moradores da rua XV de Novembro, para ficarem de prontidão para uma possível retirada de bens e mercadorias.

Além disso, a Prefeitura de Videira, por meio da Secretaria de Educação, cancelou as aulas do turno matutino da Escola Gabriel Bogoni nessa sexta-feira (13). A escola fica no bairro Carboni, atingido pela enchente. A decisão visa garantir a segurança da comunidade escolar. Caso o nível do rio baixe e seja possível o acesso, as aulas da tarde serão mantidas.

Saúde alerta para o risco do contato com a água de alagamentos e enchentes

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) alerta sobre o risco do contato com água contaminada pelas enxurradas que atingem algumas cidades catarinenses. Além da destruição causada pelas fortes chuvas e alagamentos, após o registro de inundações aumentam os casos de leptospirose.

“É importante termos uma atenção redobrada com os mais vulneráveis, como os idosos, crianças e aquelas pessoas que têm dificuldade de locomoção. Se for necessário ter contato com a água é fundamental seguir as recomendações e se proteger”, alerta Carmen Zanotto, secretária de estado da Saúde.

As águas dos alagamentos podem estar contaminadas pelo esgoto e urina do rato e provocar sérios problemas de saúde. Em alguns casos, a contaminação pode ser grave, pessoas que tiveram contato com as enchentes e apresentarem febre, dor no corpo e dor de cabeça (até 40 dias após o ocorrido) devem informar ao médico que tiveram contato com água suja .

“As pessoas que tiverem contato com a água da enchente, necessitam usar botas, luvas ou qualquer outro tipo de material que isole os pés e as mãos. Quem tiver algum ferimento deve evitar os locais alagados”, destaca João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive/SC.

A Dive/SC também reforça às orientações à população e aos serviços de saúde frente a ocorrência de eventos de origem hidrológica no Estado de Santa Catarina, através de Nota técnica.

Informações sobre como agir em enchentes

Leptospirose

A leptospirose é uma doença grave, causada por uma bactéria presente na urina contaminada de animais, principalmente ratos. A bactéria penetra no corpo através de machucados e, até mesmo, da pele sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água. Por isso, o risco é maior em épocas de enchentes e alagamentos.

Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos da gripe, começando de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça, mal-estar e muitas dores no corpo. Um sintoma bastante característico é uma forte dor nas panturrilhas (batata da perna). A leptospirose pode evoluir para quadros graves, com aparecimento de icterícia (a pele fica com um tom amarelo-avermelhado). Os sangramentos podem aparecer na fase mais avançada, com dificuldade respiratória e pode levar a óbito.

Animais peçonhentos

Quando as águas ainda estão baixando e as pessoas retornando para suas residências, é também preciso que a população fique atenta à prevenção de acidentes com animais peçonhentos.

Medidas de prevenção:

  • Evite contato com água ou lama de enchentes e não deixe que crianças brinquem no local;
  • Use botas e luvas quando trabalhar em áreas com água possivelmente contaminada, como é o caso de alagamentos. Se isso não for possível, use sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
  • Quando as águas baixarem é necessário retirar a lama e desinfetar as casas, sempre se protegendo com luvas e botas. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária (Hipoclorito de Sódio 2,5%), na proporção de dois copos (200 ml cada) do produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos;
  • Jogue fora alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água dos alagamentos;
  • Lembre-se que serpentes, aranhas e escorpiões podem estar em qualquer lugar da casa, principalmente em locais escuros. Nunca coloque as mãos em buracos ou frestas. Use ferramentas como enxadas, cabos de vassoura e pedaços compridos de madeira para mexer nos móveis. Bata os colchões antes de usar e sacuda cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis;
  • Em caso de encontrar animais peçonhentos dentro da residência, afaste-se lentamente, sem assustá-los. E nunca pegue com as mãos animais peçonhentos, mesmo que pareçam estar mortos.

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