Um Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes do Estado, setor produtivo, empresas concessionárias e portos catarinenses foi criado e terá como missão discutir os projetos ferroviários de Santa Catarina. A proposta partiu da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) e visa ampliar o debate sobre os projetos que estão em desenvolvimento e as futuras propostas para novos trechos. A ampliação da malha ferroviária é um dos pleitos sugeridos pela da Associação Empresarial de Videira (ACIAV), para compor o Voz Única, documento que aponta as reais necessidades e os entraves ao desenvolvimento econômico do Estado do ponto de vista empresarial.
Formam o GT membros das Secretaria de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF), Secretaria de Estado de Infraestrutura, Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Ferrovia Tereza Cristina, Rumo, SCPar, Porto de São Francisco do Sul, Porto de Imbituba, Portonave, Porto de Itapoá e Porto de Itajaí.
De acordo com o Governo, o Estado investe atualmente R$ 31,5 milhões em dois projetos para novos traçados de ferrovias. Um deles, liga Chapecó até Correia Pinto e outro entre Navegantes e Araquari. Juntos eles somam 381 km e aumentam em 50% a malha ferroviária catarinense. Além da avaliação do andamento destes projetos, o GT discutirá o futuro de novas propostas e novos trechos que poderão aumentar as conexões entre as regiões do estado, com a malha nacional e principalmente com os portos que conectam o Estado com o mundo.
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Construção de ferrovias é imprescindível
Neste mês foi realizado em Chapecó o Simpósio da Integração Logística do Sul e um dos apontamentos feitos foi que investimentos em ferrovias são necessários para assegurar o futuro do grande Oeste catarinense e do sul do Brasil e, em especial, para manter a competitividade internacional do grande parque agroindustrial dos três estados sulinos. Durante o evento, o coordenador do Plano Estadual Ferroviário do Governo do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, apresentou o projeto da Nova Ferroeste, que prevê conectar Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. A iniciativa tem por objetivo reduzir o Custo Brasil em cerca de 30%, otimizando a logística e trazendo mais eficiência para toda a cadeia produtiva.
Serão 1.567 km de trilhos que vão passar por 66 municípios. Segundo o coordenador do Plano Estadual Ferroviário do Governo do Paraná, Luiz Henrique Fagundes, Santa Catarina tem um déficit de grãos na ordem de 5 a 7 milhões de toneladas por ano entre milho e soja. Mais de 60% vêm da região do Mato Grosso do Sul, que está dentro da área de influência da Nova Ferroeste. Ele informou ainda que em Foz do Iguaçu (PR), a ferrovia que se conecta com Cascavel, o que atrairá também carregamentos de grãos cultivados na Argentina e no Paraguai.De acordo com o assessor de Logística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Mato Grosso do Sul, Lucio Lagemann, o projeto da Nova Ferroeste é fundamental para o Mato Grosso do Sul, pois tem potencial de transporte de 10 milhões de toneladas. Ele destaca que não tem outro meio de escoar produção a grandes distâncias que não seja por ferrovias, frisando que além da redução do curso logístico, haverá crescimento econômico e social, com geração de emprego e renda para o estado.
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