Um homem foi multado em R$ 7,5 mil por envenenar araucárias, ele é apontado por envenenar nove araucárias, espécie ameaçada de extinção, em Chapecó, no Oeste, e terá que plantar novas árvores no mesmo terreno, informou a Polícia Militar Ambiental (PMA) na sexta-feira (10).
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O acordo ocorreu em audiência conciliatória de reparação, em 21 de março, segundo a PMA. O autor aceitou inserir araucárias e outras espécies na área, que será monitorada pelos militares por três anos.
Em 4 de março, as plantas foram encontradas com perfurações em uma propriedade rural de 192,57 m². Segundo a PMA, nem o número de árvores a serem plantadas, nem o destino das plantas danificadas foram definidos até esta sexta. O processo segue em andamento.
A espécie só pode ser derrubada com autorização (licença) do Instituto do Meio Ambiente do estado, mediante apresentação de projeto para o espaço.
![Araucárias em risco de extinção perfuradas e debilitadas levantam suspeita de envenenamento em SC — Foto: PMA/Divulgação](https://s2-g1.glbimg.com/GWA6T6oFR5UHeAqtBlt6rEDpEHs=/0x0:1080x948/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/5/q/oy1yIoRp6uhlLtJTc5Bg/araucarias-em-risco-de-extincao-perfuradas-e-debilitadas-levantam-suspeita-de-envenenamento-em-sc.jpeg)
O Ministério Público Federal (MPF) foi questionado sobre o andamento do processo, mas não teve retorno até a última atualização do texto.
Relembre
As perfurações foram identificadas durante uma operação de inspeção no interior da cidade, que possui 254.781 habitantes. Os furos, segundo a polícia, teriam sido feitos com uso de ferramentas. Segundo a PMA, todos os buracos eram circulares e com tamanhos semelhantes.
A situação, segundo a PMA, motivou aplicação de multa de R$ 7,5 mil contra o dono da propriedade.
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A suspeita, de acordo com a Polícia Militar, é de que uma substância química tenha sido injetada nas árvores com o objetivo de causar a morte delas. Os policiais também observaram secreção saindo pelos furos das árvores. Novas perícias podem ser solicitadas durante o processo penal.
Além disso, os pinheiros da propriedade estavam debilitados, apesar de as árvores da fazenda ao lado apresentarem boa vitalidade, segundo a polícia. O terreno é usado para a plantação de mandioca, segundo a PMA.
“Os furos, com a inoculação de substância química fizeram com que essa vegetação secasse e, posteriormente, chegasse a total desativação biológica”, disse a PMA em nota.
![Foto: Polícia Militar Ambiental/Divulgação](https://s2-g1.glbimg.com/-jfBkhATHY7CcOABN5yAv-fd9pI=/0x0:1080x958/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2024/k/r/BL2GtwQ5iqYHYEdqxBUA/araucarias-em-risco-de-extincao-perfuradas-e-debilitadas-levantam-suspeita-de-envenenamento-em-sc-2-.jpeg)
O local onde as árvores estavam foi interditado. Os policiais também emitiram uma Notícia de Infração Penal Ambiental (NIPA) e encaminharam o documento ao Ministério Público, que vai investigar o caso.
Espécie ameaçada
Da espécie Angustifólia, as araucárias estão na lista de árvores ameaçadas de extinção, segundo o professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Marcelo Callegari Scipioni (leia mais abaixo). Elas também são chamadas de pinheiro-do-Paraná e são nativas do Brasil.
Presente na Mata Atlântica, essa árvore pode ultrapassar até 500 anos de existência, segundo Scipioni.
No entanto, devido ao avanço do processo de urbanização e à redução das fronteiras agrícolas, o pesquisador destaca uma diminuição significativa das áreas naturais onde a espécie é encontrada.
“Essa é uma espécie de interesse ecológico, por dominar a paisagem e fornecer sua semente de alimento e abrigo para a fauna e flora. Então, essa expansão desordenada de ocupação do território tornou essa espécie ameaçada de extinção no aspecto de pressão, de uso da madeira da espécie também”, explicou.
Outro fator que contribui para a vulnerabilidade da araucária é a mudança climática. Scipioni ressalta que a araucária se desenvolve em climas frios e, com o aumento das temperaturas, a árvore tem perdido espaço para outras espécies tropicais.
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