Quando lemos ou ouvimos falar de Bon Jovi as primeiras imagens que vêm à mente são de fãs enlouquecidas, músicas de grande sucesso e multidões sendo arrastadas para grandes arenas onde os shows acontecem. Mas nem sempre foi assim.
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A história da banda Bon Jovi confunde-se com a do seu líder e vocalista, nascido John Francis Bongiovi Jr. – o dono da voz e multi-instrumentista cantava desde a adolescência e, aos 16 anos, chegou a ter uma banda com o tecladista David Bryan. Sem muito sucesso, seguiu carreira solo e em 1980 gravou uma música de sua autoria chamada Runaway – desse momento em diante Bon Jovi não seria “apenas” o nome artístico daquele que até hoje é tido como um sex symbol.
Após dois anos da sua gravação, Runaway chamou a atenção de uma rádio de New Jersey que a incluiu na sua coletânea anual. Logo a mediana gravadora Mercury Records interessou-se pelo trabalho. Mas havia um porém (sempre há): o selo queria um grupo, uma banda e não um artista solo. Bryan Adams (aqueles mesmo) foi recrutado para os teclados, Alec John Such assumiu o baixo e Tico Torres foi “roubado” da banda Franke & The Knockouts (aqueles que se eternizaram por terem gravado a música The Time of My Life para o filme de 1987 Dirty Dancing).
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Para a vaga de guitarrista encontraram um tal de Dave Sabo, aquele que anos depois viria a formar o Skid Row em mais uma daquelas milhares de reviravoltas que somente o Rock and Roll proporciona. Porém, Sabo não agradou muito e para o seu lugar foi recrutado Richie Sambora, dono de riffs marcantes e inesquecíveis. Sambora era o tempero que faltava à banda e, assim, formou com Jon a parceria de composições que se eternizaram.
Com a banda formada, o próximo passo era gravar o primeiro disco: foi assim que, em meados de 1983, entraram em estúdio e produziram o que imaginaram ser seu primeiro grande sucesso – só que não. O disco demorou a emplacar, nas paradas americanas amargou a 43ª posição e, incrivelmente, chamou mais atenção nas paradas japonesas – cenário que naquele momento estava comercializando linhas mais melódicas do rock. Na terra do sol nascente o disco ficou na 38ª posição – em grande parte por conta da música Runaway, que já havia sido testada por quase quatro anos.
Apesar de ter sido importantíssimo para o início da banda e do Rock and Roll, esse primeiro álbum não traz grandes composições. Não é necessário ser um grande entendedor de música para perceber que o disco é realmente esquecível: se não prestar muita atenção, ele até passa batido e não traz muito acréscimo ao que viria a ser o Bon Jovi – e assim seria também o segundo disco da banda. Somente a partir do álbum Slippery When Wet é que o jogo mudaria com canções como You Give Love a Bad Name, Livin’ on a Prayer e Wanted Dead or Alive.
O primeiro disco, porém, garantiu certa notoriedade em shows ao vivo e colocou a banda no circuito das grandes turnês quando esta passou a abrir shows para Scorpions e Kiss na Europa. Conquistaram ainda datas no Japão como banda principal.
O disco tem alguns defeitos, como toda banda inicial apresenta: coisas como recursos ultrapassados sendo utilizados na produção das músicas, efeitos antiquados e falta de entrosamento onde partes de músicas precisaram passar por overdubs e várias regravações. O próprio Bon Jovi reconheceu em entrevista para a revista “Q”: “Deus, sou tão ruim que eles tiveram que colar os vocais para mim”. Em vários momentos soa até datado e ainda tem o efeito motivacional (KKKKKKKK) “se esses caras conseguiram, nós também conseguimos”. Enfim, fora Runaway, o disco serve mesmo apenas como recordação do início de uma banda.
Por: Gionei “Pollenta” Cambruzzi Fhynbeen, Jornalista, Locutor e Produtor da Rádio 92 FM de Caçador. Apresentador do Programa 92 In Rock que vai ao ar todos os sábados das 18h às 20h na emissora.
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