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Produção de soja e milho despenca em SC por causa do El Niño, segundo IBGE

Produção de soja e milho despenca em SC por causa do El Niño, segundo IBGE

Foto: Divulgação

Em 2024, as lavouras de soja e milho no Brasil sofreram fortes quedas, motivadas principalmente pelo fenômeno climático El Niño, que provocou estiagem prolongada mais intensa que em anos anteriores. Em Santa Catarina, a soja registrou recuo de 24,11% em produção em comparação com 2023. Já o milho teve queda ainda maior: 42,72%, segundo dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2024 divulgados pelo IBGE.

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No âmbito nacional, a soja caiu cerca de 5% e o milho, aproximadamente 12,9%, agravadas pela queda de preços no mercado internacional.

Essas duas culturas foram as mais afetadas e também as que mais contribuíram para a retração no valor da produção agrícola total do país, conforme o PAM.

Entretanto, mesmo com a queda nas quantidades, a soja ainda mantém papel de destaque no valor de produção nacional, participando com cerca de um terço do valor total gerado. O clima desempenhou papel essencial nessa dinâmica.

No verão 2024/2025 em Santa Catarina, ondas de calor intenso dominaram o período. As temperaturas ultrapassaram 30°C em vários dias.

Embora tenham ocorrido pancadas de chuva no fim da tarde, elas ocorreram de forma irregular, sem distribuir-se bem ao longo do tempo. Isso intensificou a estiagem intermitente, prejudicando ambos os cultivos.

Diversas regiões enfrentaram perdas

Mesmo diante dessas adversidades, várias regiões produtoras do país enfrentaram perdas expressivas, como

As lavouras atrasaram plantios ou replantios, especialmente do milho, devido ao clima severo.

Baixas temperaturas pejudicaram a germinação

Além disso, o milho sofreu com geadas em agosto de 2024 e temperaturas baixas (abaixo de 15°C) no início da safra, o que comprometeu germinação e desenvolvimento.

Já o plantio da soja sofreu atrasos: a Secretaria Estadual de Agricultura prorrogou o calendário em 20 dias por conta das chuvas tardias no trimestre anterior.

Como funciona o El Niño

Sobre os mecanismos climáticos, o El Niño aquece a superfície do oceano Pacífico, causando maior evaporação.

Esse ar quente sobe, forma umidade e gera nuvens carregadas no Pacífico, mas também altera os ventos que normalmente trazem frentes frias ao sul do Brasil.

O resultado: chuvas ficam concentradas e as frentes frias não avançam tão facilmente.

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