A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc iniciou vigilância contra o pequeno besouro das colmeias, iniciou em junho de 2024, o Programa Estadual de Sanidade das Abelhas que visa a vigilância ativa em apiários de Apis mellifera, com previsão de terminar em setembro. O objetivo é observar a presença do Aethina tumida, conhecido como “Pequeno Besouro das Colmeias” (PBC).
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A vigilância será executada com instalação, monitoramento e revisão de dois tipos de armadilhas: plástico corrugado 4 mm e armadilha do tipo Blaster, instaladas mensalmente e permanecendo nas colmeias entre 24 e 72 horas.
Durante a ação, serão realizadas reuniões nas associações dos apicultores dos municípios pertencentes ao Departamento Regional da Cidasc de Joinville: Araquari, Balneário Barra do Sul, Itapoá, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú, Schroeder e Garuva, com orientações sobre as doenças das abelhas de notificação obrigatória e de que forma as comunicações devem ser feitas, dando ênfase ao Pequeno Besouro das Colmeias.
Em caso de inexistência de associações no município, os apicultores serão orientados individualmente, reforçando sobre a obrigatoriedade de notificação da presença desta praga.
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A execução dos trabalhos será realizada pelos médicos-veterinários Dickson da Silva Portes, da Unidade Veterinária Local (UVL) da Cidasc de Joinville; Pedro Mansur Sesterhenn, da Coordenação Estadual de Sanidade Apícola (Cesap) do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Animal (Dedsa) da Cidasc; e pelo biólogo e professor doutor Rodrigo Zaluski, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) do Centro de Ciências Agrárias (CCA), do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural.
Santa Catarina não possui registros do Pequeno Besouro das Colmeias, o que torna importante a vigilância ativa nos apiários, bem como a instalação e revisão de armadilhas.
Em vários estados brasileiros, o besouro tem causado grandes danos às colmeias, e a prevenção é essencial para evitar prejuízos econômicos significativos para a atividade apícola e meliponícola.
O Aethina tumida foi observado pela primeira vez no estado de São Paulo, em março de 2015, contudo, o conhecimento da sua presença se deu após a notificação à Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), em fevereiro de 2016.
As larvas do besouro causam os principais danos ao se alimentarem das larvas das abelhas e do pólen, tornando-os impróprios para consumo humano e provocando a fuga do enxame e o abandono da colmeia.
A Cidasc ressalta que a notificação da presença do Pequeno Besouro das Colmeias é obrigatória. Isso significa que qualquer pessoa, seja apicultor, meliponicultor ou cidadão em geral, deve informar imediatamente às autoridades responsáveis caso suspeite ou observe a presença do Aethina tumida.
As notificações devem ser encaminhadas à Cidasc.
Santa Catarina é destaque na produção de mel
Santa Catarina destaca-se na esfera nacional, quando falamos também na produção de mel. É o primeiro estado em produtividade, com 68 kg de mel por quilômetro quadrado, enquanto a média nacional é de apenas 4,8 kg.
Dedicam-se à produção de mel e derivados 6.824 produtores rurais que cultivam mais de 315 mil colmeias (50 mil dedicadas à polinização de frutíferas e as demais destinadas à produção de mel) e geram um volume, que varia de 6.500 a mais de 8.500 toneladas por ano.
A produção do mel e seus derivados é mais uma área na qual se manifesta a excelência sanitária do agronegócio catarinense.
O médico-veterinário da Cidasc, Pedro Mansur Sesterhenn, coordenador do Programa de Sanidade Apícola, explica que este besouro causa grandes perdas nas colmeias, principalmente na sua fase larval.
“A Aethina tumida possui um ciclo de vida longo e se propaga por meio do voo ou no transporte irregular de colmeias parasitadas. Esta é uma praga de notificação obrigatória. Contamos com o apoio dos apicultores, dos meliponicultores e do cidadão em geral, para informar a presença ou mesmo a suspeita de qualquer agente biológico à Cidasc”, orienta Pedro Mansur Sesterhenn.
Após a notificação, o Serviço Veterinário Oficial (SVO), que em Santa Catarina é de responsabilidade da Cidasc, deverá atender a suspeita, colher as amostras e fixá-las em álcool 70º, e enviá-las para laboratório de análises oficial. O prazo entre a notificação, a colheita e o envio das amostras não deve exceder 24 horas pelo SVO.
Pedro Mansur Sesterhenn esclarece que a celeridade no processo de atendimento tem por objetivo o êxito na identificação, no controle e na erradicação de possíveis focos.
Prevenção
O coordenador do Programa de Sanidade Apícola, Pedro Mansur Sesterhenn, ressalta que o cadastro junto à Cidasc, bem como o transporte regular das colmeias (atendendo as medidas de trânsito necessárias como a emissão da Guia de Trânsito Animal) são essenciais para um controle sanitário adequado.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Nota Técnica Mapa n.º 09/2019, com orientações sobre as medidas sanitárias a serem adotadas para o controle do Pequeno Besouro das Colmeias.
A recomendação da Cidasc é que o produtor mantenha suas colmeias cadastradas no Sistema de Gestão da Defesa Agropecuária (Sigen+) da companhia.
O cadastro é obrigatório e visa monitorar, evitar e controlar possíveis pragas e doenças, que podem afetar as abelhas, além do atendimento e avaliação dos casos de intoxicação por agrotóxicos e do planejamento de políticas públicas para o desenvolvimento do setor produtivo.
Em alguns casos, o registro das colmeias possibilita até mesmo prevenir alguns fenômenos, que causam o desaparecimento de abelhas.
Para cadastrar ou atualizar o registro das colmeias, os produtores rurais devem ir até o escritório da Cidasc de seu município e levar um documento de identificação válido e os dados de sua propriedade, como localização, bairro e município e a quantidade de colmeias que pretende adquirir ou já possui.
Movimentação das colmeias
A movimentação dos animais e colmeias entre propriedades rurais deve ser acompanhada da Guia de Trânsito Animal (GTA), que pode ser emitida on-line ou pessoalmente no escritório municipal da Cidasc. Para a emissão da GTA é necessário que o produtor mantenha seu cadastro atualizado.
Orientação aos apicultores
A Cidasc possui um protocolo de controle da praga, e é muito importante que o produtor não tente manipular a colmeia com suspeita de infecção, já que manuseio incorreto pode disseminar o besouro. A orientação é informar imediatamente à Cidasc.
Nesse caso, um profissional habilitado vai até o local e colhe material, que será avaliado para dar o diagnóstico, porque outras pragas podem atacar a colmeia com sintomas semelhantes.
Saiba mais sobre o pequeno besouro das colmeias
Os besouros infestam, principalmente, colmeias de abelhas da espécie Apis mellifera. Entretanto, também existem relatos de infestação em colmeias de abelhas sem ferrão.
Os principais danos à colmeia são causados pelas larvas do besouro que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, além de perfurar as células de mel ao movimentar-se, causando a fermentação do mel e pólen, que se tornam impróprios para consumo humano.
Além desse prejuízo, a infestação das colônias de abelhas pode causar a fuga do enxame e o abandono da colmeia. Os besouros adultos também podem sobreviver na natureza alimentando-se de frutas.