As temperaturas negativas mobilizaram os fruticultores no Alto Vale do Rio do Peixe, maior região produtora de frutas de caroço de Santa Catarina, para proteger seus pomares de pêssego, nectarina e ameixa. Cidades como Videira (-1,8ºC), Caçador (-3,1ºC), Pinheiro Preto (-3,3ºC), Rio das Antas (-1,68ºC) e Fraiburgo (-2,6ºC) registraram temperaturas abaixo de zero no dia 1º de julho de 2024, o que já havia ocorrido no dia anterior.
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As baixas temperaturas e geadas são esperadas e até benéficas para várias frutíferas da região, como pêssegos, ameixas, nectarinas e macieiras. No entanto, dependendo da fase de desenvolvimento das plantas, o frio intenso pode causar danos significativos, especialmente para culturas como o pessegueiro, que já iniciaram a floração e brotação nas variedades mais precoces.
Com isso, a primeira geada ampla de 2024 causou preocupação entre os produtores, principalmente porque não houve geadas significativas em 2023. Na Estação Experimental da Epagri, localizada no bairro Campina Bella em Videira, o gerente André Kulkamp de Souza comentou sobre as medidas adotadas para proteger as frutas, destacando o sistema de irrigação por aspersão.
André afirma que o sistema é crucial para manter os pomares, especialmente de pêssegos, em boas condições, evitando danos causados tanto pelas baixas temperaturas quanto pelo sol intenso que se segue às geadas.
O sistema é constituído por aspersores que vão promover uma “chuva” no pomar na iminência da geada. Quando a temperatura do ambiente chega a 1°C, com tendência de queda, é hora de ligar os aspersores. A proposta é criar uma boa lâmina de água sobre as plantas para que elas congelem quando a temperatura chegar a 0°C. E permaneça assim até que a temperatura do ar retorne a patamares positivos.
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André explica que os danos começam a surgir em frutos quando a temperatura chega a -1°C. No caso das flores, a temperatura mínima suportada é de até -3°C. Quando a planta está completamente congelada, ela se mantém na temperatura de 0°C, independente do frio que faz no ambiente.
O fruticultor César Denardi, da localidade de São Roque, município de Pinheiro Preto, teve que trabalhar durante a madrugada para proteger sua safra. “Alguns pomares precoces já tinham frutos e flores, e onde não houve proteção, certamente houve perdas”, explicou. Denardi afirma que a expectativa é de mais trabalho. “Como teve pouco frio esse ano não tinha dado geada, e as plantas não tinham entrado em dormência e estavam começando a brotar. Agora a expectativa é que com esse frio fiquem mais uns dias paradas e então comece a brotação e a floração”.
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Produtores de pitaia trabalham para proteger safra do frio
Outra fruta que exigiu atenção especial foi a pitaia. A fruta tem ganhado popularidade entre os consumidores e agricultores, entretanto ela não está adaptada ao frio intenso e pode causar a morte de plantas. Produtores de pitaia em Videira, como Adriano Scussiato do Sítio das Pitaias, utilizaram a irrigação por aspersão para proteger as plantas. “Hoje, a temperatura chegou a -3,2ºC. A irrigação de controle de geada é feita para evitar possíveis perdas na produção de pitaia no próximo ano”, explicou Scussiato.
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