As frutas de caroço e maçãs sofrem efeitos das mudanças climáticas ocorridas em 2023. Ainda no fim do ano passado, produtores de pêssego da região Meio-Oeste catarinense já contabilizavam os estragos nos pomares. As situações ocorreram, na maioria, em decorrência do grande volume de chuva combinado à presença do granizo.
Durante a colheita do pêssego em Arroio Trinta, tanto produtores quanto o poder público já contabilizavam uma redução em 50% da colheita. Situação essa, que deve se repetir nas safras de uva e também na de maçã.
Mesmo com a colheita já realizada, os produtores das frutas de caroço devem ter cuidados para que a qualidade seja mantida nas próximas safras. É o que afirma o pesquisador Everlan Fagundes.
“A gente vê quanto é importante você cuidar depois da colheita. A gente vê que muito produto acaba perdendo a produtividade do ano seguinte por falta de cuidado, nesse ano. Nesse pomar está sendo realizada a poda verde, para ocorrer um equilíbrio entre a parte vegetativa e a reprodutiva”
Investimentos em coberturas podem trazer benefícios para produtores em relação as mudanças climáticas
Com as fortes mudanças climáticas, uma situação começa a tornar-se cada vez mais recorrente na região, a cobertura dos pomares e parreirais. O investimento pode ser alto, porém os resultados a longo prazo compensam a sua realização.
“É um investimento caro a cobertura, mas é caro porque funciona. Hoje […] as empresas têm uma demanda bem grande, por isso que ela acabou encarecendo”, afirmou Fagundes. Ele destaca que, pela alta incidência das chuvas de granizo na região, neste ano, em algumas propriedades, até 100% da produção foram afetadas diretamente. Para Fagundes, atualmente o produtor que deseja investir na criação de um pomar já deve levar em consideração a instalação de uma cobertura de proteção.
Outra área bastante atingida está sendo o cultivo de maçãs, que começarão a ser colhidas nas próximas semanas. Assim como as frutas de caroço, elas também foram atingidas pelas intempéries climáticas de 2023. O pesquisador afirma que os produtores da fruta sentirão as perdas tanto pela incidência do clima quanto por problemas provocados por ele, como os fungos. “Nossa produtividade nesse ano vai ser baixa e está um ano bem complicado”.
Acompanhe o Portal RBV nas redes sociais: