A safra de uva deve ter redução de no mínimo 50% em 2024 é o que indicam os primeiros números apresentados por instituições como a Epagri. A situação ocorre em decorrência das chuvas que castigaram toda a região do Meio-Oeste catarinense em 2023 e não trouxeram apenas prejuízos para os parreirais.
“Nessa safra, a gente teve bastante chuva durante a época da floração e isso provoca um abortamento dos cachos. Então, a planta acaba produzindo um pouco menos”, afirma Vinicius Caliari, pesquisador da Epagri em Videira. Ele destaca que o El Niño, que está agindo no clima em todo território brasileiro, é um dos principais fatores para que a situação ocorra. O pesquisador afirma ainda que, na região do Meio-Oeste de Santa Catarina, a colheita teve de ser antecipada em ao menos 15 dias.
“Uma estimativa de quebra de safra de em torno de 50%. Então, 50% a menos. Está muito parecido com a safra que a gente teve em 2016”
Caliari destaca que, em conversas com pesquisadores do Rio Grande do Sul, as parreiras gaúchas também sofrem com os efeitos das chuvas. De acordo com dados preliminares divulgados pela Emater, as perdas podem chegar a até 60% no Estado vizinho.
Segundo o vitivinicultor Fernando Magro, de Arroio Trinta, os parreirais sofreram com a alta incidência das chuvas. “A incidência de chuva foi enorme. Para a uva, isso não é legal, a uva como é uma cultura perene, ela não precisa de muita água para se desenvolver”, destaca.
Para os amantes de um bom vinho, segundo Caliari, o impacto não deverá ser sentido tão amplamente. Pois, segundo o pesquisador, as vinícolas passaram a trabalhar com estoques reguladores e, principalmente, obtiveram colheitas importantes nas últimas safras.
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