O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa) lançou nesta quinta-feira, 14, as estimativas iniciais da safra de verão 2023/2024. O produto que deve contar com a maior área plantada é a soja (1ª safra). O cultivo deverá ocupar 744,6 mil hectares, com uma produção estimada em 2,9 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 1,7% em comparação à safra passada.
As estimativas foram apresentadas pelo analista de socioeconomia e planejamento agrícola da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias. De acordo com o levantamento desse centro de pesquisa, o milho deve ocupar mais de 540 mil hectares, uma redução de 2,1%. Desse montante, 233,2 mil hectares deverão ser plantados para silagem e 308,5 mil hectares para a colheita do grão. Dessa forma, produção estimada de milho em grãos é de 2,7 milhão de toneladas, 1,2% maior que na safra anterior devido ao aumento da produtividade.
Arroz
O arroz irrigado tem a expectativa de manutenção da área cultivada (cerca de 145,7 mil hectares), bem como da produtividade em torno de 8,6 ton/ha. O cultivo desse grão iniciou em setembro no Estado, que conta com 30% da área plantada. A produção estimada é de 1,2 milhão de toneladas.
Feijão
O feijão, contudo, contrariando um cenário de queda contínua da área cultivada, este ano terá uma elevação, em torno de 5%. Assim sendo, a produtividade se mantém estabilizada em duas toneladas/ha e a produção prevista é de 64,9 mil toneladas.
Fruticultura
Com relação às frutas, a maçã tem expectativa de elevação da área a ser colhida em torno de 3% e aumento da produtividade em 7%, com produção estimada em 594 mil toneladas. O aumento da área ocorreu principalmente em São Joaquim, que é o maior produtor catarinense. Já a banana terá uma queda na produção em torno de 7% com diminuição na produtividade média, pois teve impacto de fatores climáticos, com expectativa de alcançar 655 mil toneladas.
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Estimativas mais precisas da safra de verão
Haroldo fez questão de destacar o avanço das tecnologias para estimar a área de cultivo em Santa Catarina, que lança mão do mapeamento via imagens de satélite, como por exemplo o caso da soja, do arroz irrigado e da maçã. “Com isso temos dados mais precisos, principalmente relacionados à área de cultivo e à produtividade, que são dados importantes para o setor do agronegócio e também para auxiliar as políticas públicas”, explica o analista, informando que a próxima cultura a ser mapeada com imagens de satélite deverá ser o milho.
Safra de verão e as perspectivas climáticas
De acordo com a meteorologista da Epagri/Ciram Marilene de Lima, o ponto de maior destaque na previsão do tempo em Santa Catarina diz respeito à atuação do El Niño, que altera bastante as condições do tempo na primavera e no verão, quando são esperados volumes de chuvas mais elevados que a média, ocorrência de temporais acompanhados de descargas elétricas (raios), vendavais e granizo. “Os temporais tendem a ser mais frequentes e quando ocorrerem, devem ser de maior impacto”, diz ela.
Marilene explica que o El Niño vai deixar o tempo mais quente em SC, com temperaturas próximas ou acima de 30 ºC em dias consecutivos. “Os períodos noturnos também terão temperaturas mais elevadas. Além disso, o El Niño traz bastante nebulosidade para o Estado e , com isso, a perda de calor noturno não é muito eficiente”, afirma. A meteorologista também não descarta dias com temperaturas mais amenas em momentos de chegada de frentes frias ou no começo da primavera, quando poderá ocorrer formação de geada nas áreas mais altas no Planalto Sul Catarinense, mas será um frio de curta duração.
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