Antecipar o plantio do trigo é uma estratégia cada vez mais valorizada no Oeste de Santa Catarina. Segundo estudos da Epagri, essa prática melhora o desempenho das lavouras e contribui diretamente para a otimização do calendário agrícola, especialmente quando se considera a posterior semeadura da soja.
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A pesquisa, realizada em Chapecó (SC) em parceria com a CooperAlfa, indicou que o ideal é plantar trigo entre 11 de maio e 17 de junho. Com isso, o produtor colhe mais cedo, libera a área antes do ciclo da soja e evita sobreposição de culturas.
“Essa mudança melhora a eficiência da produção agrícola e permite cultivar cereais de inverno, incentivando os agricultores a usarem suas terras nesse período, ao invés de deixá-las em pousio”, afirma Sydney Kavalco, pesquisador da Epagri.
Além da logística, a antecipação da semeadura favorece a produtividade do trigo, pois evita geadas tardias e aproveita um período climático mais estável. Isso garante um melhor desenvolvimento das plantas, reduz perdas e aumenta o rendimento da lavoura.
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Nos ensaios de campo, cultivados entre 2018 e 2023, variedades como TBIO Ponteiro, TBIO Motriz e BRS 374 demonstraram excelente performance.
“Esses cultivares são adaptados às condições climáticas da região, oferecendo resistência a variações de temperatura e umidade”, explica Sydney.
Além de bons resultados produtivos, a prática reforça a sustentabilidade e permite a contratação de seguro agrícola, já que o zoneamento é oficialmente reconhecido pelo Ministério da Agricultura. Todas as informações detalhadas estão reunidas no Boletim Técnico nº 224, disponível gratuitamente no site da Epagri.
O avanço da prática também tem o apoio das cooperativas locais e do Governo do Estado. O Projeto Cultivo de Cereais de Inverno, dentro do Programa Terra Boa, incentiva o plantio com assistência técnica, apoio financeiro e repasse de tecnologia. A edição 2025 do programa iniciou em abril e pretende cultivar até 10 mil hectares, com investimento superior a R$ 4,1 milhões.
Esse apoio inclui subvenção conforme a área plantada, limitada a 10 hectares por produtor. Para participar, o agricultor deve procurar uma cooperativa ou agropecuária credenciada, assinar o termo de compromisso e seguir as orientações técnicas, entregando a produção para fabricação de ração animal.
Embora Santa Catarina produza trigo de alta qualidade, sua participação no cenário nacional ainda é pequena, com apenas 4% da produção brasileira. No entanto, nos últimos quatro anos, a área cultivada mais que dobrou, passando de 58 mil para 123 mil hectares.
Esse crescimento expressivo reflete o resultado de políticas públicas e da adoção de boas práticas agrícolas, como a escolha correta do período de plantio.
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