Com os recentes surtos de gripe aviária registrados no Rio Grande do Sul, os olhos do país se voltaram para o setor agropecuário, especialmente nos estados vizinhos. Em Santa Catarina, a reação foi rápida e eficaz. Graças ao trabalho coordenado da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), o estado segue, até o momento, livre da doença. A informação é da médica veterinária Thaisy Färber, que atua na linha de frente da vigilância sanitária animal.
“Apesar da gripe aviária no estado vizinho, Santa Catarina se mantém livre da doença há dois anos. Temos notificações, que são investigadas com agilidade, mas não houve nenhum caso confirmado”
O trabalho da CIDASC não se limita à fiscalização. Ele é, acima de tudo, preventivo e educativo. De acordo com Thaisy , o estado conta com uma estrutura robusta de vigilância sanitária e biosseguridade, respaldada pela Instrução Normativa nº 56 do Ministério da Agricultura, que regulamenta medidas sanitárias nas granjas e criadouros.
“Estamos atuando fortemente com o apoio do governador Jorginho Mello e da Secretaria de Estado da Agricultura. Trabalhamos lado a lado com as agroindústrias e com os pequenos produtores, orientando sobre o que é a doença, seus sintomas e como agir diante de uma suspeita”
A estratégia inclui ações nas propriedades comerciais e também na agricultura de subsistência, onde muitas vezes a falta de informação pode ser um fator de risco.
O que é a gripe aviária e por que ela preocupa?
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres. Certas cepas podem causar altas taxas de mortalidade nos plantéis e têm potencial de transmissão para humanos, embora isso seja raro. Por isso, a doença é considerada uma ameaça não apenas à saúde animal, mas também à segurança alimentar e ao comércio internacional de carne de frango e ovos, setores em que Santa Catarina é referência.
Manter o estado livre da gripe aviária é, portanto, essencial para a economia catarinense. Segundo dados do setor, Santa Catarina é um dos maiores exportadores de carne de frango do Brasil, sendo reconhecido internacionalmente como zona livre de várias doenças animais.
Um dos principais pilares da estratégia catarinense de combate à gripe aviária é a participação da população. Thaisy Färber ressalta a importância da notificação de casos suspeitos, principalmente quando se observa morte súbita de aves, alterações neurológicas ou problemas respiratórios em criações domésticas ou animais silvestres.
“Nosso principal trabalho hoje é a orientação. É preciso que a comunidade esteja alerta e nos comunique qualquer suspeita. A rapidez na notificação é fundamental para agirmos imediatamente e contermos qualquer foco, caso ocorra”
A CIDASC reforça que todas as suspeitas são atendidas com rapidez e dentro dos protocolos estabelecidos, garantindo agilidade na resposta e segurança para os produtores.
A biossegurança é uma palavra-chave no combate à gripe aviária. As propriedades devem adotar medidas rigorosas de controle, como a restrição de acesso a criadouros, uso de equipamentos de proteção, higienização de veículos e monitoramento constante de sintomas nas aves.
A CIDASC realiza visitas técnicas, treinamentos e distribui materiais informativos para garantir que os procedimentos sejam seguidos corretamente. A médica veterinária destaca que o engajamento dos produtores tem sido essencial para o sucesso do estado na contenção da doença.
“Não fazemos esse trabalho sozinhos. Temos contado com a colaboração dos produtores, das agroindústrias e da própria comunidade. Essa união é o que tem nos permitido manter Santa Catarina livre da gripe aviária.”