Horas após ser incluído nas sanções da Lei Magnitsky pelo governo Trump, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, compareceu ao clássico entre Corinthians e Palmeiras. O jogo aconteceu na Neo Química Arena, em São Paulo, na noite de quarta-feira (30).
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O ministro, conhecido torcedor do Corinthians, sorriu, acenou e, nos camarotes, foi flagrado fazendo um gesto polêmico com o dedo do meio. O ato se espalhou rapidamente pelas redes sociais e provocou reações de políticos bolsonaristas.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou: “Isso é postura de ministro, sancionado?”.
Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou no X: “Juiz da mais alta corte do Brasil. Meu amigo, que fundo do poço… Que recado para o mundo, ou melhor, é a confirmação que Donald Trump, Marco Rubio e Scott Bessent têm razão”.
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Um vídeo registrou a chegada de Moraes à arena, sorridente e de mãos dadas com a esposa. Durante a abordagem de torcedores, ele respondeu animado: “Vai, Corinthians!”.
Mesmo com as sanções aplicadas pelos Estados Unidos, o ministro encerrou o dia com uma vitória no futebol: o Timão venceu por 1 a 0 nas oitavas da Copa do Brasil.
Lei Magnitsky: entenda as restrições
A Lei Magnitsky, sancionada em 2012 por Barack Obama, aplica sanções a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violações dos direitos humanos. A lei surgiu após o assassinato do advogado russo Sergei Magnitsky, opositor de Vladimir Putin.
Entre as penalidades, estão a proibição de entrada nos EUA, bloqueio de bens e contas bancárias no país, além da restrição a transações com empresas americanas, incluindo bancos e redes sociais.
No caso de Alexandre de Moraes, isso significa que ele não pode usar cartões de crédito emitidos por empresas sediadas nos EUA. As companhias devem cumprir essas sanções, sob risco de punições.
Em resposta, o STF declarou solidariedade ao ministro. “O julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país, no exercício independente do seu papel constitucional”, afirmou a Corte.
O Supremo ressaltou que “não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo”.
Reação política no Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também defendeu Moraes publicamente. Lula afirmou que as sanções são “motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses”.
Ele acrescentou que “é inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira”. Para o presidente, “um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático. Justiça não se negocia”.