O aumento do teor de etanol anidro na gasolina, previsto para 2025, deve impactar diretamente os preços do combustível. Atualmente, a mistura é de 27%, mas pode subir para 30% a partir de abril. Segundo especialistas, a demanda adicional pelo biocombustível deve alcançar 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de litros ao ano.
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Esse aumento de consumo não será acompanhado por um crescimento proporcional na produção de etanol. Essa situação deve gerar uma pressão nos preços, como explica Pedro Paranhos, CEO da Evolua Etanol. Ele prevê que o valor médio do biocombustível será 10% superior ao da safra atual.
A consultoria StoneX estima que a mudança no teor da mistura adicionará 1,04 bilhão de litros à demanda anual, caso implementada em abril.
Durante a safra 2025/26, o consumo de etanol anidro pode alcançar 1,4 bilhão de litros adicionais.
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Os testes para validar o novo teor na gasolina serão realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia entre janeiro e fevereiro. Patrocinados pelos produtores de etanol, os resultados vão embasar a decisão do Ministério de Minas e Energia, responsável por recomendar a nova mistura ao Conselho Nacional de Política Energética.
Oferta limitada e competição
A produção de etanol enfrenta desafios regionais, como seca e incêndios, que afetam os canaviais. Apesar disso, novas usinas de etanol de milho podem equilibrar parcialmente a oferta. Segundo Pierre Santoul, da Tereos Brasil, a moagem de cana deve se manter no mesmo nível da safra atual, mesmo com clima favorável.
A demanda pelo etanol anidro deve aumentar com o crescimento do ciclo Otto, projetado em até 2,5% para 2025. Contudo, a competitividade da gasolina frente ao etanol hidratado pode crescer, levando a um aumento de 3% no consumo de gasolina, segundo a StoneX.
Impacto no consumidor
Os preços mais altos da gasolina devem refletir a combinação de maior demanda por etanol anidro e oferta limitada. Esse cenário pode pesar no bolso do consumidor, especialmente diante do crescimento mais lento da economia e da inflação.
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