Venezuela e Guiana: um novo capítulo na busca por territórios, que vem chamando a atenção a cada novo momento. Isso porque, em questão de meses, o mundo observou o início de conflitos entre países, como Rússia e Ucrânia, Israel e Palestina e agora Venezuela e Guiana.
A questão envolvendo os dois países sul-americanos, chama a atenção pelo fato de que em uma possível invasão, por parte da Venezuela, o território brasileiro também sofreria os impactos. Com isso, as discussões entre as partes ganhou a presença do Brasil, que tenta se firmar como uma ancora para que a região não entre em conflito armado.
A disputa pela região de Essequibo, já perdura desde os anos de 1700, quando países como a Venezuela ainda faziam parte das capitanias, no caso da Espanha. Com o passar dos anos, já no século XIX, a coroa britânica, começou a realizar a exploração de ouro na região, trazendo para si o território pertencente a venezuela.
O especialista em relações internacionais, Bruno Haeming, em entrevista especial ao jornalista Ernesto Júnior, explicou como a situação foi transcorrendo.
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Venezuela e Guiana: um novo capítulo na busca por territórios
De acordo com Haeming, a disputa entre os dois países tem como peça fundamental o petróleo. Disputado por inúmeros países, como é caso dos Estados Unidos, a Guiana teve um PIB de U$ 8 bilhões com a exploração do material. “Do ano de 2021 para o ano de 2022, foi de U$ 8 bilhões, para U$ 15 bilhões”, destacou Haeming.
Papel do Brasil será de mediação
Desde o início dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, o papel do Brasil é de sempre trabalhar para serem realizadas ações dentro da democracia. “Na medida em que os Estados Unidos se aproximam da região, isso também pesa contra essa capacidade do Brasil de fazer essa diplomacia que ele sempre fez”.
“Se o Brasil não consegue internamente, estamos falando aqui de América do Sul, América Latina, […] resolver as questões que estão na esfera de influência dele, […] isso tira o poder internacional do Brasil”
A expectativa, de acordo com Haeming, fica sob as intenções e os próximos passos de Nicolas Mauro. “A gente pode estar vendo uma postura do Maduro, […] que ele vai até as últimas consequências”, destacou o especialista.
Posicionamento do Itamaraty sobre o tema
Procurado pela nossa reportagem, o Itamaraty enviou uma nota sobre o tema, assinada por países do Mercosul. A nota diz o seguinte.
Os Estados Partes do MERCOSUL, Chile, Colômbia, Equador e Peru manifestam sua profunda preocupação com a elevação das tensões entre a República Bolivariana da Venezuela e a República Cooperativa da Guiana. A América Latina deve ser um território de paz e, no presente caso, trabalhar com todas as ferramentas de sua longa tradição de diálogo.
Nesse contexto, alertam sobre ações unilaterais que devem ser evitadas, pois adicionam tensão, e instam ambas as partes ao diálogo e à busca de uma solução pacífica da controvérsia, a fim de evitar ações e iniciativas unilaterais que possam agravá-la.