O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou, nesta quarta-feira (19), um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, que passou a 14,25% ao ano. Essa elevação afetará diretamente os setores de transportes, propriedades comerciais e agronegócio, que enfrentam desafios econômicos devido ao aumento do custo do crédito.
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Com isso, o país ocupa agora a quarta posição no ranking mundial de juros reais, atrás apenas da Turquia, Argentina e Rússia.
A Turquia lidera o ranking, com uma taxa de juros reais de 11,9% ao ano, seguida pela Argentina (9,35%) e Rússia (8,91%).
Logo abaixo do Brasil, na quinta posição, aparece a Indonésia, com 6,48%. Outros países como México (4,82%) e Colômbia (4,72%) ocupam as posições de número seis e sete, respectivamente.
Essa alta na Selic reflete o cenário econômico atual e tem impactos significativos sobre o custo de crédito e o financiamento para empresas e consumidores.
Projeção e setores que mais sofrem com a alta
A projeção de uma Selic de 15% até o final de 2025, segundo o boletim Focus, representa um obstáculo para empresas e consumidores.
O custo do crédito mais alto limita os investimentos e restringe o crescimento econômico.
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Setores que dependem de financiamento para suas operações, estão entre os mais prejudicados.
- Transportes;
- Propriedades comerciais;
- Agronegócios;
- Saúde;
- Aviação;
- Varejo;
- Construção Civil.
Inflação e custos de energia prejudicam margens das empresas
Além do aumento da taxa de juros, a inflação, impulsionada pela alta do dólar e pelos custos de energia e combustíveis, pressiona as margens das empresas.
Setores como transportes enfrentam ainda mais dificuldades devido à grande alavancagem financeira, com muitas dívidas atreladas ao CDI, o que os torna mais vulneráveis à alta dos juros.
Setores menos afetados pela alta de juros
Setores como a exportação de commodities e serviços essenciais, como saúde e alimentos, são menos impactados pela alta da Selic.
Esses segmentos, por possuírem maior previsibilidade de receita, podem até se beneficiar da desvalorização cambial, o que favorece suas operações.
Aumento de pedidos de recuperação judicial
Com o aumento das taxas de juros, muitas empresas enfrentam dificuldades para gerenciar suas dívidas. Isso tem levado a um aumento no número de pedidos de recuperação judicial.
Em 2023, foram registrados 2.273 pedidos, o maior índice da história, um aumento de 61,8% em relação ao ano anterior.
Esse número tende a crescer nos próximos anos, conforme as taxas de juros continuam elevadas.
Alternativas para mitigar os riscos financeiros
Para enfrentar a crise, as empresas estão buscando alternativas como reestruturação de dívidas e diversificação de fontes de financiamento, como a emissão de títulos de dívida e a captação via equity.
Essas estratégias podem ajudar a mitigar os impactos da alta de juros.
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