Nos primeiros quinze dias de setembro, o preço do tomate sofreu uma queda significativa no mercado atacadista. Esse comportamento acompanha a tendência observada em agosto, conforme dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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Segundo o 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), publicado na última terça-feira (23), as cotações do tomate em agosto tiveram uma redução média ponderada de 19,86% em comparação a julho.
Essa diminuição nos valores ocorreu mesmo com a oferta menor em agosto, indicando um movimento forte de queda nos preços.
Além do tomate, outras hortaliças importantes como cebola, alface e batata também apresentaram retração nos preços durante agosto.
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No caso da cebola, a redução foi contínua pelo terceiro mês consecutivo, com uma queda média de 10,5%. A maior baixa foi registrada na Central de Abastecimento (Ceasa) de Vitória. Essa situação está relacionada à dispersão da produção, boa oferta e menor procura pelo produto, fatores que influenciaram diretamente o preço.
A batata acompanha um cenário similar, também em queda pelo terceiro mês seguido. A diminuição média dos preços foi de 6,55% em relação a julho, e comparado a agosto do ano passado, a queda é ainda mais expressiva: 53,62%. Essa forte variação é atribuída à redução da produção no primeiro semestre de 2025, causada pelas chuvas no fim de 2023 e início deste ano.
A alface, por sua vez, sofreu uma redução média de 8,77% em agosto, com destaque para a Ceasa de Recife, que registrou queda de até 30,8%. Apesar da comercialização menor, fatores como condições climáticas e qualidade do produto exerceram influência negativa sobre o preço.
Por outro lado, a cenoura registrou alta de 19,92% em agosto, devido à menor oferta disponível nas Ceasas. Produtores paulistas e mineiros enviaram aproximadamente 10% menos do produto em agosto, impactando diretamente na elevação dos valores.
E as frutas?
No segmento das frutas, o mamão teve queda de 16,34% no preço médio, motivada pelo aumento da oferta e temperaturas mais altas, que aceleraram o amadurecimento. A laranja também apresentou ligeira redução média de 2,07%, apesar do aumento tanto da oferta quanto da demanda.
Por outro lado, maçã, banana e melancia tiveram preços em alta.
A maçã subiu 2,58%, impulsionada pelo aumento simultâneo da oferta e da demanda.
A banana apresentou aumento médio de 5,94%, influenciado pela menor produção da variedade prata e prejuízos em Santa Catarina.
Já a melancia teve a maior alta entre as frutas, com 20,59%, resultado do adiamento da colheita em Goiás, boa qualidade e maior procura devido ao calor.
Como estão as exportações?
Quanto às exportações, nos primeiros oito meses de 2025, o volume total exportado atingiu 713 mil toneladas, com aumento de 28% em relação ao mesmo período de 2024. O faturamento alcançou US$ 841,41 milhões (FOB), crescimento de 15%.
Apesar das tarifas aplicadas pelo governo dos EUA terem reduzido as vendas em alguns mercados, especialmente para manga e uva, as perspectivas iniciais do ano foram bastante promissoras.
Um destaque importante do boletim foi a participação das Ceasas no Encontro Internacional da Federação Latino-Americana de Mercados de Abastecimento (Flama). O evento ressaltou a importância do Prohort para a integração dos agentes públicos e privados e para a modernização do mercado atacadista.
Dados coletados
Os dados da Conab são coletados nas principais Ceasas do Brasil, incluindo São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Goiânia, Recife, Fortaleza e Rio Branco.
Juntas, essas centrais abastecem grande parte dos hortigranjeiros consumidos no país. Para mais detalhes sobre a comercialização em agosto, o 9º Boletim Hortigranjeiro 2025 está disponível no portal oficial da Conab.