Os Correios divulgaram nesta segunda-feira (29) um plano detalhado de reestruturação da empresa estatal, visando recuperar sua saúde financeira após anos consecutivos de prejuízos. A estratégia inclui cortes de gastos, venda de imóveis e fechamento de mil agências, parte de um total de cerca de 5 mil unidades espalhadas pelo país.
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Redução de pessoal e PDV
Um dos pontos centrais do plano é a redução de pessoal. A estatal vai implementar um Programa de Demissões Voluntárias (PDV), com a expectativa de reduzir em até 15 mil funcionários nos próximos dois anos, representando cerca de 18% da folha de pagamento.
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, destacou a urgência das ações:
“A rota precisa ser ajustada rapidamente” para evitar um possível prejuízo de R$ 23 bilhões em 2026. Segundo ele, o modelo econômico-financeiro da empresa “deixou de ser viável” e precisa de ajustes imediatos.
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Cortes de custos e venda de imóveis
Além da redução de pessoal, o plano prevê:
- Corte de R$ 2 bilhões nos custos com pessoal;
- Fechamento de mil agências deficitárias;
- Venda de R$ 1 bilhão em imóveis não operacionais;
- Reformulação do plano de saúde, com economia anual prevista de R$ 500 milhões.
Em setembro, os Correios registraram prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento significativo frente aos R$ 1,3 bilhão do mesmo período de 2024.
Empréstimo bilionário para fortalecer o caixa
Para aliviar o caixa e quitar dívidas, os Correios fecharam um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a um consórcio formado por Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
A operação, publicada no Diário Oficial da União, tem validade até 2040 e conta com garantia do governo federal, reduzindo riscos para os bancos envolvidos.
O Tesouro Nacional autorizou a operação na semana passada, assegurando que, em caso de inadimplência, o governo honrará as parcelas, dando maior segurança à transação.
Objetivo: retorno ao lucro em 2027
Com as medidas de reestruturação, os Correios esperam recuperar a empresa até 2026 e voltar a registrar lucro a partir de 2027.
O plano busca garantir sustentabilidade financeira, equilibrar as contas e fortalecer a operação da estatal, que enfrenta desafios históricos em sua gestão.

