Uma pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que a pandemia de Covid-19 impactou profundamente a pobreza e o desemprego no estado. O estudo, realizado pelo Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) e financiado pela Fapesc, apontou que, de 2014 a 2022, o número de famílias inscritas no CadÚnico aumentou 21,81%, o que representa 115 mil novas famílias.
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A região da Grande Florianópolis foi a que mais registrou aumento de cadastros, com 64,85%. Esse crescimento está associado ao processo de urbanização e à expansão da região metropolitana, que atrai migrantes e enfrenta dificuldades em termos de inclusão social.
Já a região serrana de Santa Catarina tem a maior proporção de famílias inscritas, chegando a 15,24% em dezembro de 2022.
A pesquisa também observou mudanças no mercado de trabalho. A taxa de desemprego passou de 6,1% em 2019 para 7,2% em 2022.
O fechamento de negócios e a interrupção de atividades econômicas resultaram na perda de cerca de 236 mil postos de trabalho formais em Santa Catarina.
Em contrapartida, o número de trabalhadores autônomos e informais aumentou 10,2% no primeiro ano da pandemia.
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Os setores mais afetados pela crise foram o comércio e os serviços. No entanto, os setores essenciais, como supermercados e serviços de saúde, se estabilizaram ou até cresceram.
O mercado de trabalho formal se recuperou parcialmente em 2021, com um aumento de 6,1% nas vagas formais, totalizando 144 mil novas oportunidades.
O estudo ainda aponta que as mulheres foram as mais afetadas inicialmente pela crise, mas tiveram uma recuperação mais rápida, especialmente nos setores de serviços e vestuário. Além disso, os auxílios emergenciais do Governo Federal ajudaram a evitar uma queda maior na renda da população.
A pesquisa mostrou um crescimento de apenas 4,4% na renda média em Santa Catarina, passando de R$ 3.238 em 2014 para R$ 3.382 em 2023.
O relatório final do estudo será entregue à Fapesc até dezembro.
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