Santa Catarina apresentou uma pequena melhora na desigualdade de renda entre homens e mulheres, mas o cenário ainda é preocupante. Em setembro de 2024, a diferença salarial no estado era de 28,26%. Já em abril deste ano, passou para 27,96%.
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As informações fazem parte do 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, publicado pelo Governo Federal.
Segundo o documento, as mulheres catarinenses recebem, em média, R$ 3.177,83. Já os homens ganham R$ 4.411,09, em média.
Mesmo com a redução de 0,3 ponto percentual, Santa Catarina continua entre os estados com maior disparidade salarial de gênero.
Estados com menor desigualdade salarial
Alguns estados demonstram avanços mais consistentes na busca por igualdade salarial entre homens e mulheres.
Pernambuco lidera com a menor desigualdade do país, de apenas 9,14%.
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Outros destaques incluem o Acre (9,86%), Distrito Federal (9,97%), Piauí (10,04%), Ceará (10,21%) e Alagoas (11,08%).
Ao todo, 16 unidades da federação reduziram a desigualdade em relação a setembro de 2024.
Mulheres negras enfrentam desigualdade ainda maior
O relatório também evidencia a desigualdade racial no mercado de trabalho brasileiro, com impacto ainda maior sobre mulheres negras.
Em nível nacional, mulheres negras recebem R$ 2.864,39 em média, contra R$ 4.661,06 das mulheres não negras — uma diferença de 38%.
Em Santa Catarina, essa disparidade também se confirma.
Mulheres negras ganham R$ 2.463,11, enquanto as não negras recebem R$ 3.494,60, o que representa uma defasagem de 29,5%.
Participação no mercado de trabalho aumenta
Apesar da desigualdade, houve avanços importantes na inserção de mulheres negras no mercado de trabalho.
Entre 2023 e 2024, o número de mulheres negras empregadas subiu de 3,2 milhões para 3,8 milhões, crescimento de 18,2%.
Além disso, diminuiu o número de estabelecimentos com até 10% de mulheres negras no quadro de funcionários.
Passou de 21.680 empresas em 2023 para 20.452 em 2024.
Outro dado positivo é o aumento de empresas onde a diferença salarial entre homens e mulheres não passa de 5%.
Crescimento feminino no mercado de trabalho
Entre 2015 e 2024, o percentual da massa salarial das mulheres aumentou de 35,7% para 37,4%.
Nesse período, o número de mulheres ocupadas passou de 38,8 milhões para 44,8 milhões.
Enquanto isso, os homens empregados passaram de 53,5 milhões para 59 milhões.
Esse crescimento não é suficiente para equiparar os ganhos.
“Essa relativa estabilidade decorre das remunerações menores das mulheres, uma vez que o número delas no mercado de trabalho é crescente”, afirma Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE.
Disparidade por função e escolaridade
Os dados do relatório revelam desigualdade em diversos níveis de ocupação.
Mulheres em cargos de direção ou gerência recebem apenas 73,2% do salário dos homens nessas mesmas funções.
Nos cargos de nível superior, a defasagem é ainda maior: elas recebem 68,5% da remuneração masculina.
Já as profissionais de serviços administrativos ganham cerca de 79,8% do valor pago aos homens.
Governo lança plano de igualdade até 2027
Em 8 de abril, o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União a Portaria Conjunta que institui o
Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com vigência até 2027.
A proposta envolve onze ministérios e foca na permanência das mulheres no mercado de trabalho.
Entre as metas estão a promoção à liderança, combate à discriminação e fortalecimento da equidade nas empresas.
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