O preço da carne bovina subiu 20,84% em 2024, a maior alta desde 2019, segundo o IBGE. A disparada ocorre após uma queda de 9% em 2023 e destaca o impacto nos custos alimentares.
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Esse aumento colocou a carne como o item de maior impacto na cesta básica brasileira.
Alguns cortes populares registraram as maiores altas: acém subiu 25,2%, patinho 24%, e contrafilé 20%.
Embora o aumento tenha se concentrado entre setembro e dezembro, o impacto no orçamento das famílias foi significativo.
Por que ficou mais caro?
Quatro fatores explicam a alta:
- ciclo pecuário,
- clima,
- exportações e
- aumento da renda.
O ciclo pecuário começou a inverter, reduzindo a oferta de bois prontos para o abate. Nos últimos dois anos, o elevado número de abates diminuiu o rebanho, enquanto a retenção de fêmeas para reprodução se intensificou.
Além disso, a seca histórica e as queimadas afetaram a formação de pastagens, principal alimento do gado. Isso reduziu a engorda dos bovinos e levou muitos pecuaristas a evitarem o confinamento devido ao custo elevado de ração.
No mercado externo, o Brasil bateu recordes de exportação em 2024, vendendo 2,8 milhões de toneladas de carne, 25% a mais que 2023.
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A forte demanda internacional, impulsionada por dificuldades de outros fornecedores globais, limitou a oferta no mercado interno e pressionou os preços.
Por fim, a recuperação econômica e o aumento da renda das famílias brasileiras contribuíram para uma demanda aquecida.
A queda do desemprego, a valorização do salário mínimo e os reajustes de benefícios sociais elevaram o poder de compra. O 13º salário e as festas de fim de ano também estimularam o consumo.
Previsão
Economistas preveem que o preço da carne continuará alto até 2026.
O ciclo produtivo indica que os bezerros nascidos em 2025 só estarão prontos para abate em 2027. Com isso, a oferta permanecerá restrita, pressionando ainda mais o mercado.
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