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Suinocultores temem efeito dominó após tarifa dos EUA

Suínos

Foto: Reprodução | Canva

A suinocultura é uma das atividades mais relevantes do agronegócio brasileiro e encontra em Santa Catarina o seu maior polo. O estado lidera a produção nacional com 21,9% de participação, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul. A carne suína catarinense é exportada principalmente para China, Filipinas, Chile e Japão.

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Recentemente, no entanto, o setor acendeu o sinal de alerta com a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas elevadas sobre produtos brasileiros. Embora os norte-americanos não estejam entre os principais compradores da carne suína brasileira, o temor é que a medida provoque um efeito dominó entre outros países parceiros.

“Eu não vejo que esse impacto da taxação possa prejudicar a suinocultura de Santa Catarina, olhando a questão dos Estados Unidos. Nós exportamos um pouquinho mais de 7 mil toneladas de janeiro a junho para eles esse ano” — explica Lusivânio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos.

Apesar do baixo volume exportado, a preocupação recai sobre os acordos recentes firmados pelos EUA com países como a Argentina. Para De Lorenzi, isso pode influenciar outros mercados e prejudicar Santa Catarina:

“O que me preocupa é as parcerias que eles estão fazendo com outros países e que depois, então, isso pode ter influência para fazer o que Estados Unidos fez com o Brasil e Santa Catarina ser prejudicada. (…) Ele zerou 80% das exportações argentinas para os Estados Unidos e as outras 20% ele está negociando uma tarifa menor.”

A possível influência dos EUA sobre países parceiros do Brasil, como Japão e Argentina, reforça o clima de incerteza no comércio internacional.

“Aí começa a complicar muito o nosso mercado, mas é preciso ter cautela. Eu vejo que essa taxa prejudicou até agora o mercado interno para os produtores independentes porque os frigoríficos souberam aproveitar essa especulação que aconteceu.”

Segundo ele, o preço pago ao produtor independente caiu no mercado interno, mesmo sem alteração nos valores pagos às indústrias ou cooperativas.

Além das questões comerciais, o presidente da ACCS também criticou a condução política do governo federal nas relações exteriores, atribuindo parte do cenário à forma como o Brasil se posicionou diante dos Estados Unidos:

“Infelizmente o nosso governo brasileiro usou e abusou de todas as formas para criticar o governo americano (…). Então, a gente está aí brincando com uma arminha de pressão, enquanto que do outro lado da guerra os caras têm os tanques.”

Com as incertezas diplomáticas e o mercado pressionado por especulações, os suinocultores catarinenses seguem em alerta.

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