Tarifa dos EUA paralisa estaleiros e afeta exportações em Santa Catarina. O recente agravamento nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos já provoca reflexos imediatos na indústria nacional, especialmente nos setores aeronáutico e náutico, segundo o especialista em comércio exterior Kleber Fontes, em comentário à RBV Rádios.
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Enquanto a Embraer mantém confiança no mercado americano, seu principal destino de exportações — com 74 jatos encomendados pela companhia Skywest até 2032 — a situação é dramaticamente diferente em Santa Catarina, polo da indústria de embarcações de alto padrão.
Com cerca de 60% da receita dos estaleiros catarinenses vindo dos Estados Unidos, o anúncio da tarifa de 50% levou à queda imediata na demanda, cancelamentos de encomendas e até paralisações de operações.
“A dependência se tornou um ponto de vulnerabilidade. Se nada for feito com urgência, o caos será instaurado”, alerta Fontes.
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Santa Catarina concentra 70% da produção nacional de embarcações e abriga cidades estratégicas como Itajaí, São José, Palhoça e Biguaçu, gerando parte dos mais de 100 mil empregos da cadeia náutica brasileira.
O setor já apresentou ao governo federal um pacote de medidas emergenciais, incluindo a criação de linhas de crédito para refinanciamento de ACCs (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio). Sem o fluxo de caixa garantido pelas exportações, muitas empresas podem não resistir.
“O tempo não perdoa. É tudo uma questão de logística”, conclui o especialista.
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